‘Coronabonds” ganham mais um aliado de peso. Comissão Europeia mostra abertura
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, abriu a porta, nesta sexta-feira, à emissão de dívida europeia mútua, a que ela chamou de “coronabonds”, visando ajudar os países europeus a mitigar as consequências económicas da pandemia de coronavírus.
A chefe do Executivo comunitário, afirmou, em entrevista à rádio pública alemã ‘Deutschlandfunk’, que Bruxelas “está a estudar todos os instrumentos”, garantindo ainda que “tudo o que ajuda será implantado”.
E esta abertura, acrescenta, “também se aplica aos ‘coronabonds’. Se ajudarem, se forem estruturados corretamente, certamente serão implantados”.
A decisão de um qualquer tipo de títulos europeus, os chamados ‘eurobonds’, tendencialmente recolhe a oposição de países como Alemanha e Holanda. Há cerca de dois anos, a Comissão Europeia apresentou uma proposta legislativa para implementar os títulos soberanos (SBBS), mas sobre os quais não registou nenhum progresso.
O impacto económico da pandemia de Covid-19 e as suas consequências sobre as economias europeias e os prémios de risco despertaram o interesse por esses instrumentos. Os chefes de estado e de governo já discutiram a possibilidade de criá-los na última reunião, realizada na semana passada, embora sem chegar a conclusões.
Também nesta sexta-feira, o Comissário para a Economia, Paolo Gentiloni, deu uma entrevista a ‘Rai’, na qual garantiu que a questão dos eurobonds não está encerrada e é um debate que “precisa progredir” . Os italianos preferiram chamá-los de “ativos financeiros europeus” e indicaram que a instituição encarregada de lançá-los seria o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, exigiu nesta quinta-feira um maior envolvimento do fundo de resgate europeu, cujo CEO, Klaus Regling, detalhou na semana passada que ele tem uma capacidade de empréstimo disponível de 410 mil milhões de euros.