Confiança dos consumidores aumenta em janeiro mas clima económico diminui

O indicador de confiança dos consumidores aumentou em janeiro “de forma menos pronunciada” que no mês anterior e o indicador de clima económico diminuiu, contrariando a subida registada em dezembro, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Em janeiro, o indicador de confiança dos consumidores – que resulta de uma média aritmética de respostas a questões, referentes ao último ano e aos próximos 12 meses, sobre a situação financeira do agregado familiar, a situação económica geral do país e previsões de gastos em compras – aumentou de forma menos pronunciada que no mês anterior, contrariando a diminuição observada em novembro”, refere o INE.

Quanto ao indicador de clima económico, baseado em inquéritos às empresas, “diminuiu em janeiro, contrariando o aumento observado em dezembro e interrompendo o perfil de recuperação observado entre maio e outubro”.

Segundo o INE, a evolução do último mês do indicador de confiança dos consumidores “resultou do contributo positivo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país e da realização de compras importantes”.

“As perspetivas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar apresentaram um contributo nulo para a evolução do indicador, enquanto as opiniões relativas à evolução passada da situação financeira do agregado familiar registaram um contributo negativo”, precisa.

Na indústria transformadora, o indicador de confiança diminuiu em janeiro, após ter aumentado no mês precedente, “interrompendo o perfil de recuperação observado entre junho e agosto”.

“Em janeiro, a evolução do indicador deveu-se ao expressivo contributo negativo das expectativas de produção da empresa, tendo as apreciações relativas aos ‘stocks’ de produtos acabados e as opiniões sobre a evolução da procura global apresentado um contributo positivo”, refere o INE.

O indicador diminuiu no agrupamento de ‘bens de consumo’ e de ‘bens intermédios’, tendo aumentado no agrupamento de ‘bens de investimento’.

Na construção e obras públicas, o indicador de confiança aumentou em dezembro e janeiro, depois de ter interrompido em novembro a recuperação iniciada em maio, refletindo o “contributo positivo de ambas as componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, tendo sido mais expressivo no primeiro caso”.

“O indicador aumentou de forma particularmente expressiva na divisão de ‘engenharia civil’, tendo diminuído nas divisões de ‘promoção imobiliária’ e ‘construção de edifícios e atividades especializadas de construção’”, nota o INE.

Já no comércio, o indicador de confiança “diminuiu em janeiro, após o ligeiro aumento verificado em dezembro”.

“Esta evolução – explica o INE – resultou do contributo negativo das opiniões sobre o volume de vendas e sobretudo das perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses, tendo as apreciações sobre o volume de ‘stocks’ contribuído positivamente”.

Os dados disponíveis revelam ainda que, em janeiro, o indicador de confiança diminuiu no ‘comércio a retalho’ e, de forma mais significativa, no ‘comércio por grosso’.

Quanto aos serviços, o indicador de confiança aumentou em janeiro, após a redução observada nos dois meses precedentes que interrompeu o perfil de recuperação iniciado em junho.

“O comportamento do indicador resultou do contributo expressamente positivo das apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas, enquanto as perspetivas sobre a evolução da procura e as opiniões sobre a atividade da empresa contribuíram negativamente”, explica o INE.

Segundo acrescenta, “em janeiro, os indicadores de confiança aumentaram em quatro das oito secções dos ‘serviços’, destacando-se as secções de ‘atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares’ e de ‘outras atividades de serviços’.

Em sentido oposto, este indicador diminuiu mais expressivamente nas secções de ‘atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas’ e de ‘atividades administrativas e dos serviços de apoio’.

Segundo o instituto, os períodos de recolha de informação decorreram entre 04 e 15 (dias úteis) de janeiro no caso do inquérito aos consumidores (1.081 repostas obtidas) e entre 01 e 22 de janeiro no caso dos inquéritos às empresas.

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