Como vê a entrada em bolsa da Coinbase? Investidor diz que é um teste de Rorschach
Há pelo menos dois tipos de reações à entrada da Coinbase na Nasdaq: acreditar que é um sinal de que as critptomoedas são o futuro e que a tendência será para valorizar ou considerar que este é o primeiro passo para uma queda que irá fragilizar a chamada criptoeconomia. É esta dicotomia que leva Tom Loverro, partner da IVP, a descrever a listagem direta da Coibase na bolsa norte-americana como um teste de Rorschach.
Citado pelo Financial Times, o investidor sublinha que a grande questão, tanto para os consumidores com para as instituições, é «quanto estamos dispostos a pagar para salvaguardar os nossos ativos». Tom Loverro afirma que, regra geral, as pessoas tendem a agir de forma racional «e existe uma razão para as pessoas pagarem aquilo que parece ser um preço premium para usar a Coinbase».
Responsável por cerca de 11% do total de mercado de criptomoedas, de acordo com estimativas da própria empresa, a Coinbase é vista como um intermediário de confiança e as taxas elevadas que cobra parecem compensar essa sensação de segurança.
Talvez por isso, a Coinbase é a primeira empresa dedicada à transação de criptomoedas a entrar na bolsa nos Estados Unidos da América, sendo que o preço de referência estabelecido pela Nasdaq é de 250 dólares.
Nota-se, porém, uma dificuldade em avaliar a empresa, tendo em conta que opera num mercado volátil e com pouca regulação. Neste momento, o mercado apresenta uma dinâmica positiva, com a Bitcoin a mais do que duplicar o seu preço desde Janeiro: ontem, ultrapassou mesmo a barreira dos 60 mil dólares.
As transações (compra e venda de criptomoedas) correspondem a mais de 96% da receita líquida da Coinbase no ano passado, com as operações associada a Bitcoin a terem um peso de 44% do total das taxas cobradas. No primeiro trimestre deste ano, a Coinbase registou receitas de 1,8 mil milhões de dólares.