Combustíveis fósseis: Emissões globais de CO2 prestes a bater novos recordes

O aumento das emissões de dióxido de carbono em 2022 eleva a possibilidade de se atingir níveis recorde ainda este ano, o que agrava as preocupações com o aquecimento global e deixa as Nações Unidas em alerta máximo. 

As emissões a nível mundial de combustíveis fósseis atingirão muito provavelmente máximos recordes até dezembro, não apresentando sinais de declínio, de acordo com os investigadores que preveem a emissão de cerca de 36,6 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono, como a queima de carvão, gás natural e petróleo, segundo novos dados do Projeto Carbono Global.

Este valor, divulgado durante a cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas em Sharm el Sheikh, no Egipto, representa mais 1% do que o emitido em 2021 e ligeiramente mais do que o recorde anterior em 2019.

Os cientistas alertaram que o mundo terá de parar de adicionar dióxido de carbono à atmosfera por volta de meados do século para que seja possível estabilizar as temperaturas globais e minimizar os riscos de ondas de calor mortíferas, subida do nível do mar e colapso dos ecossistemas.

Porém, segundo os especialistas, este prazo está a tornar-se cada vez mais difícil de atingir. “Cada ano que as emissões sobem torna mais desafiante voltar a reduzi-las até uma determinada data”, advertiu o diretor de investigação do Centro Internacional de Investigação Climática e Ambiental Glen Peters, um dos mais de 100 cientistas envolvidos nesta investigação.

Relativamente poucos países são responsáveis pela maioria das emissões mundiais de combustíveis fósseis, destacando-se a China com 32%, os Estados Unidos da América com 14%, a União Europeia com 8% assim como a Índia.

Este ano assistiu-se a algumas tendências energéticas invulgares como a invasão russa da Ucrânia e os prolongados abalos secundários da pandemia que se abateram sobre a economia global.

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