CMVM deixa alertas aos intermediários financeiros após aumento de suspeitas de manipulação de mercado
Após o “crash” das bolsas em maio de 2022, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), regulador dos mercados financeiros em Portugal, emitiu uma série de recomendações aos bancos e outros intermediários financeiros para prevenir abusos de mercado. Um ano depois, o supervisor reforçou e clarificou essas orientações, exigindo que as instituições adotem medidas concretas para monitorizar e prevenir práticas abusivas.
A CMVM sublinhou a importância de os intermediários financeiros não apenas monitorizarem eficazmente as operações realizadas, mas também fortalecerem os mecanismos de controlo antes das transações, por forma a antecipar possíveis situações suspeitas e garantir a integridade do mercado, revela o ‘Negócios’.
As recomendações incluem a necessidade de estabelecer procedimentos robustos e eficazes para o controlo pré-negociação, equilibrando-os com os controlos pós-negociação.
A CMVM também destacou a necessidade de os intermediários financeiros utilizarem informações detalhadas sobre os clientes para identificar padrões que possam indicar abusos de mercado.
Os dados do relatório anual da CMVM revelam que, em 2023, foram identificadas 24 suspeitas de manipulação de mercado, representando um aumento de 20% em relação ao ano anterior. No entanto, os casos de abuso de informação privilegiada diminuíram de 18 para 12, uma queda de 33%.