Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop: quando o automóvel abraça a cultura e as tradições
Começou esta quinta-feira a 2ª edição do Circuito das Beiras, um evento internacional criado pelo Clube Escape Livre. Um regalo para os adeptos de automóveis clássicos e para as populações das cidades, vilas e aldeias atravessadas pelos cerca de 400 quilómetros do percurso onde podem observar automóveis com quase um século de existência, com os participantes vestidos a rigor com roupa da época e do ano.
O arranque deu-se no Casteleiro, onde Tavares de Mello no seu solar dá inicio ao trajeto que o leva pelo interior do país.
Uma prova que trouxe a Portugal muitos ingleses, que trouxeram a rolar as suas viaturas mas também muitos dos nossos hermanos, que fizeram companhia a muitos portugueses, regulares participantes destas iniciativas.
Segundo nos foi relatado o Circuito das Beiras original foi a primeira prova automóvel efetuada por etapas realizada em Portugal.
O Clube Escape Livre – quem mais – pelo seu fundador, o emblemático Luís Celínio, efetuou uma reconstituição rigorosa da prova (com atores a representar Tavares de Mello no seu solar e na Sé da Guarda) – que cativou a vasta caravana, e que vai levar muitos veículos clássicos, portugueses e não só, com condutores trajados à época, pelas mesmas estradas da primeira edição criada por Tavares de Mello.
Mais de 100 anos depois, repete-se o Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop, prova que ficou conhecida e marcada no íntimo do seu fundador pela corrida Figueira da Foz – Lisboa, em 1902, onde o visionário viu o seu Darraq ser desclassificado, levando-o por isso – felizmente – a idealizar uma prova que permitisse dar destaque aos Darraq, e divulgar a Beira Baixa.
Foi, também segundo os relatos que recebemos, o primeiro importador de automóveis Darraq em Portugal e percursor da primeira rede de concessionários, assim como fundou a sua própria marca de automóveis – a Tavares – whatelse!, e uma empresa de transporte de passageiros em Coimbra.
Com uma visita ao Sabugal, a caravana seguiu – em ritmo interessante – até à Sé da Guarda, onde uma reconstituição da época sobre as judiarias, a cobrança de impostos e a construção da Sé foram o foco e onde ficou a demonstração da validade do conceito que o Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop pretende posicionar-se: aliar a cultura, a tradição, o desporto automóvel e a preservação de belíssimos automóveis a combustão que fizeram as delícias do público por onde passaram.