PORTUGAL ANDRÉ VENTURA

Chega publica sondagem realizada por empresa que recebeu 500 mil euros do partido de Bolsonaro. ERC abre investigação

Por Francisco Laranjeira

André Ventura defendeu, esta sexta-feira, a publicação da sondagem que indicou um empate técnico, “ligeiramente abaixo do PS e PSD”.

“Soubemos esta quinta-feira de uma sondagem, feita no mercado português, que foi publicada em vários órgãos de comunicação social brasileiros. Evidentemente, em pleno período eleitoral, o Chega publicou-a”, referiu o líder do partido, garantindo que a sondagem “não foi pedida pelo Chega”.

De acordo com André Ventura, a sondagem terá sido realizada pela Intercampus, que “fez a recolha do material em Portugal”. “Acho estanho ter havido tanto problema com esta sondagem por causa do empate. Acho propositado”, frisou.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) vai abrir um processo de averiguações à sondagem divulgada nas redes sociais do Chega, realizada por uma empresa que não está credenciada para a divulgação de sondagens em Portugal.

Para André Ventura, “a ERC fará o seu trabalho, estamos à vontade”. “Era o que faltava um partido que vê sondagens correr o mundo inteiro não as poder publicar. Estamos muito tranquilos porque não foi o Chega a pedir a sondagem. Esta é legítima e está publicada a sua metodologia”, apontou, referindo que a Intercampus “vai registar a sondagem em Portugal na entidade reguladora esta sexta-feira”.

A sondagem da Paraná Pesquisas, uma empresa brasileira de estudos de opinião, mereceu, indicou a ERC, “a abertura de um processo de averiguações para apreciação da matéria em causa e confirma já a receção de uma participação a este respeito”.
António Salvador, diretor da Intercampus, confirmou, em declarações à rádio ‘Renascença’, que a empresa fez a recolha da informação, com a análise de dados a ficar a cargo da Paraná Pesquisas.

A Paraná Pesquisas já foi alvo de polémica em 2022, antes das eleições brasileiras que colocaram frente a frente Jair Bolsonaro e Lula da Silva: de acordo com o jornal ‘Folha de São Paulo’, a empresa recebeu 500 mil euros do Partido Liberal de Bolsonaro – na altura, foi a única que mostrou um empate técnico entre os dois candidatos.

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