Chefe de segurança de Putin diz que Moscovo deve ter permissão para dominar a Europa após “colapso iminente da UE”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está preparado para destruir o Ocidente com armas nucleares hipersónicas se o país for atacado, advertiu o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, ao exigir que Moscovo seja autorizado a dominar a Europa após o suposto “colapso iminente da União Europeia (UE)”.
Para muitos, Patrushev, de 71 anos, foi quem ajudou o líder russo a conceber as ideias de invasão na Ucrânia, estando agora a alertar para um possível desfecho. “Algumas pessoas no Ocidente já estão a falar de vingança, o que levaria a uma vitória militar sobre a Rússia”, disse segundo o Daily Mail.
Ao ignorar que Putin ameaçou uma guerra mundial em grande escala quando invadiu Kiev a 24 de fevereiro de 2022, o chefe de segurança russo comentou: “A Rússia é paciente e não está a intimidar ninguém com a sua superioridade militar. Contudo, possui um armamento moderno único capaz de destruir qualquer adversário, incluindo os Estados Unidos da América (EUA), em caso de ameaça à sua existência”.
Não só deixou um aviso ao governo de Joe Biden como a todos os países da NATO ao destacar, porém, que os EUA “fazem atualmente o que querem na Europa, ignorando o facto de que o papel principal no continente tem sido historicamente da Rússia”.
“O império russo é no século XIX, a União Soviética é no século XX e é assim que será também no século XXI”, friosu o porta-voz do Kremlin ao jornal Rossiyskaya Gazeta.
Há relatos de que o secretário de longa data do conselho de segurança da Rússia possa estar a conspirar para que o seu filho Dmitry Patrushev, de 45 anos, agora ministro da agricultura russo, assuma o lugar de Putin como presidente, caso o líder da Rússia tenha problemas de saúde ou seja expulso devido a falhas na sua estratégia de guerra.
“Os países da NATO são parte no conflito [da Ucrânia]. Transformaram a Ucrânia num grande campo militar”, notou o ex-chefe do FSB acrescentando: “Ao tentarem prolongar este confronto militar o máximo de tempo possível, não estão a esconder o seu principal objetivo – a derrota da Rússia no campo de batalha e o seu posterior desmembramento”.
Patrushev defendeu que “a aspiração desenfreada das autoridades americanas de manter o papel dominante no mundo tem sido, pelo menos desde 1945, a fonte de todos os casos de escalada das tensões à escala global” ao salientar que o Ocidente “opôs-se mais do que uma vez” à Rússia. “Mas o resultado é o mesmo: todas as tentativas para esmagar a Rússia são em vão”, rematou.
Vladimir Putin ordenou a invasão à Ucrânia com o objetivo de “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais. Para assinalar o aniversário da guerra, os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram o reforço do apoio militar a Kiev.
A invasão russa desencadeou uma guerra de larga escala que deixou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não é conhecido o número de baixas civis e militares do conflito, contudo diversas fontes, entre as quais a Organização das Nações Unidas (ONU), admitiram que será elevado.