Casas à venda até 150 mil euros são as mais procuradas em Portugal: oferta é inferior a 2% em Lisboa, Porto e Faro

As famílias estão a procurar casas mais baratas para pedirem menos capital emprestado aos bancos: de acordo com um estudo do ‘idealista/data’, as casas até 150 mil euros são as mais procuradas na maioria das capitais de distrito em Portugal. No entanto, a oferta não acompanha a procura: em Lisboa, Porto e Faro, a oferta é inferior a 2%.

O estudo apontou que as casas à venda até 150 mil euros apresentam uma alta procura em 11 das 20 capitais de distrito analisadas. Nas restantes cidades, a procura por habitações mais acessíveis é média. No entanto, a oferta não é expressiva: em 13 cidades, menos de uma em cada cinco casas à venda tem preço até 150 mil euros. É em Lisboa, Porto, Faro e no Funchal onde há menos casas baratas à venda, até porque aqui a alta procura ajuda a absorver esta oferta rapidamente.

Por outro lado, verificou-se que em Beja, Bragança, Castelo Branco, Guarda e Portalegre a oferta de habitações até 150 mil euros representa mais de metade do stock total de casas à venda – neste caso, a procura de casas mais acessíveis aos bolsos das famílias é média, à exceção de Beja onde é elevada.

Apesar do arrefecimento da procura, os preços das casas continuam a subir em 2023, um aumento justificado pela escassa oferta habitacional, falta de mão de obra na construção e pela subida dos preços dos materiais e matérias-primas. É nas casas com preços mais elevados que se encontram as ofertas mais expressivas.

A maioria das casas à venda em 8 das 20 maiores cidades portuguesas concentra-se entre os 150 e os 300 mil euros, como é o caso de Braga, Coimbra, Évora, Leiria, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu. Também Aveiro, Beja, Castelo Branco, Ponta Delgada, Porto e Setúbal possuem uma oferta expressiva neste intervalo de preços (superior a 35% e inferior a 50% do stock total por cidade).

O que salta à vista é que, ao contrário do que acontecia nas casas mais baratas para comprar, neste intervalo de preços (entre 150 mil euros e 300 mil euros) a oferta habitacional representa, no mínimo, 15% do stock total. E 16 das 20 cidades possuem, pelo menos, um terço das casas à venda nesta gama de preços.

Já a procura de casas entre 150 mil e 300 mil euros é sobretudo média, à exceção de Faro e Lisboa, onde é alta. Mas nestas cidades a oferta de casas por esses preços também ronda os 20% do total, sendo relativamente baixa para responder às necessidades atuais da procura, de acordo com os dados.

Quando se olha para o patamar acima de preços das casas (entre 300 mil e 450 mil), o stock habitacional mais expressivo está em Faro (46,7%), do Funchal (39,5%) e de Lisboa (29,5%), sendo que a procura é média nas três cidades.

À medida em que subimos os preços das casas à venda, o stock começa a escassear na maioria das cidades. Mas há exceções. Como seria de esperar, as cidades mais caras para viver atualmente possuem uma oferta de casas de luxo que até é superior às casas mais acessíveis. Este é o caso de Faro, Funchal, Lisboa e do Porto. Na capital chega mesmo a haver 15 vezes mais oferta de casas entre 800 mil e 1 milhão de euros do que casas até 150 mil euros.

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