Brexit: Para haver acordo, Boris Johnson deve ser mais “realista e pragmático”, diz ministro alemão
O Ministro para os Assuntos Europeus da Alemanha, Michael Roth, diz que Boris Johnson precisa de ser mais “realista e pragmático” se pretende concretizar de facto um acordo comercial com a União Europeia (UE).
Michael Roth diz estar “desapontado” com a falta de flexibilidade do Reino Unido nas negociações até agora, tendo em conta que faltam apenas cinco meses para assinar um acordo que parece “improvável”.
Ambos os lados estão ainda em desacordo em vários tópicos – sector das pescas, alinhamento regulamentar, papel do Tribunal Europeu de Justiça, cooperação policial e judicial, e o formato geral de qualquer acordo, na verdade.
Roth referiu ainda à agência de notícias AFP que estava “desapontado por Londres se estar a afastar cada vez mais da declaração política acordada como base fiável para as negociações” – compromissos anteriores assumidos pelo primeiro-ministro britânico durante a primeira fase de conversações.
Boris Johnson recusou-se a prolongar o período de transição para as negociações, apesar da pandemia, e mostrou poucos sinais de variar as “linhas vermelhas” do Reino Unido, que parecem incompatíveis com Bruxelas.
Desde que as negociações começaram, no início do ano, são poucos os progressos a assinalar, apesar de as reuniões presenciais terem retomado após a interrupção devido à covid-19.
Bruxelas acusou anteriormente o Reino Unido de recuar nos compromissos assumidos, não apenas no formato do acordo, mas também na implementação de disposições legais já acordadas para a Irlanda do Norte.
O Reino Unido quer ‘atenuar’ os controlos fronteiriços entre a Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha incluídos no código aduaneiro da União Europeia assinado por Johnson, mas a UE diz que tal não é aceitável.
A próxima ronda oficial deverá ter lugar em Bruxelas a 17 de Agosto, com reuniões já previstas até Outubro – deixando pouco tempo para a ratificação até ao final do ano. Boris Johnson afirmou antes que queria chegar a um acordo em Julho.