BPI afasta subida das comissões para compensar redução da margem dos bancos (C/ÁUDIO E VÍDEO)
O presidente do BPI afastou hoje a possibilidade de subidas nas comissões bancárias para compensar a redução da margem financeira com a descida das taxas de juro, considerando que “esse ajuste já foi feito”.
“Penso que será difícil que as comissões tenham uma evolução diferente daquela que é a do volume de negócio”, estimou João Pedro Oliveira e Costa, remetendo para elementos como alterações legislativas ou o aumento da concorrência.
“A única resposta possível será aumentar o volume de negócios”, disse o presidente do BPI na conferência de imprensa de apresentação dos resultados no terceiro trimestre.
Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Estas taxas de juro diretoras, que subiram de forma elevada em 2022, contribuíram para a subida generalizada da margem financeira dos bancos.
Este indicador resulta da diferença entre os juros cobrados nos créditos concedidos e os juros pagos pelos bancos nos depósitos de clientes.
O BPI apresentou hoje os resultados do terceiro trimestre deste ano, acumulando lucros de 444,1 milhões de euros, uma subida de 14% em termos homólogos.
A margem financeira do grupo, que inclui a atividade em Portugal, Angola (BFA) e Moçambique (BCI), atingiu 738,4 milhões de euros até setembro, numa subida de 6% em termos homólogos.