Bosch: Investir em projetos com parceiros tecnológicos e academia

Olhando para as oportunidades e qualidades de Portugal como hub tenológico, o nosso país conta com recursos humanos com capacidade de adaptação e abertura para aceitar novos desafios. Aliado a isso, um sistema científico que está disponível para colaborar com as empresas num modelo sólido e continuado, algo que é fundamental.
«As novas tecnologias precisam desse talento e novos perfis de conhecimento, e, na Bosch, não temos dúvidas que as parcerias com as Universidades são a chave para impulsionar a inovação, o desenvolvimento científico e a criação de emprego qualificado», sublinha José Oliveira, Coordenador de Projetos de Inovação na Bosch.
Neste âmbito, falamos de projetos de grande dimensão, com elevados investimentos, que exigem tempo para o seu desenvolvimento e envolvem muitos colaboradores de ambos os lados. Estes projetos acabam por ter impacto nos modelos de negócios das empresas,
e por isso têm de ser estruturados e com continuidade.
Para além destes, nas áreas do desenvolvimento, industrialização e produção, o país possui um conjunto de competências muito relevantes para captação de investimentos em tecnologia.
O Coordenador de Projetos de Inovação na Bosch sublinha ainda que os apoios diretos ao investimento estrangeiro que existem em Portugal são muitas vezes um fator determinante para a decisão das empresas investirem no nosso país. «A existência de fundos comunitários para alavancar e apoiar novos investimentos em Portugal e a facilidade em aceder aos mesmos, ao contrário de outros países onde as regras podem ser demasiado complexas, tem sido um dos fatores essenciais para o crescimento da marca Portugal como hub tecnológico». 

ESTRATÉGIA
Em Portugal, o futuro da Bosch passa pela Investigação e Desenvolvimento (I&D), mas sempre sem descurar as atividades produtivas. «A capacidade de assumirmos projetos desde a inovação até a sua produção e entrega ao cliente é uma mais-valia para o Grupo Bosch, que vê Portugal como uma aposta ganha».
Atualmente, a Bosch tem três centros de I&D no país, localizados respetivamente nas nossas unidades de Braga, Aveiro e Ovar. Nestes centros, a Bosch conta com cerca de 1.000 engenheiros que desenvolvem, para todo o mundo, soluções e tecnologias inovadoras para dar respostas aos desafios em áreas como a da mobilidade conectada e autónoma, casas inteligentes e eficientes, cidades seguras e digitalização da indústria.
No ano passado, a Bosch investiu em projetos com a academia e parceiros tecnológicos cerca de 82 milhões de euros, que confirma terem sido uma parte fundamental na estratégia em Portugal e no desenvolvimento de tecnologia. Para isso, a Bosch tem contado com uma estreita colaboração da academia, nomeadamente através de parcerias com a Universidade do Minho, Universidade do Porto, Universidade de Aveiro, entre outras instituições de ensino e conhecimento.
De sublinhar igualmente a crescente aposta na ampliação do seu portefólio de serviços e na diversificação das suas áreas de negócios, nomeadamente na localização de Lisboa, que tem vindo a reforçar a sua posição como um hub para prestação de serviços a nível global e já conta com cerca de 600 colaboradores. 

Neste hub, a Bosch está a expandir o desenvolvimento de novas áreas de competências relacionadas com as engenharias, suporte técnico e consultores SAP, e também com uma equipa da Service Solutions, dedicada à prestação de serviços nas áreas de experiência de cliente, mobilidade, monitorização e processos de negócio, contribuindo fortemente para o crescimento da Bosch em Portugal.
«Hoje, na Bosch em Portugal, desenvolvemos, industrializamos e produzimos tecnologias, produtos e soluções com impacto mundial nas mais diversas áreas, – mobilidade inteligente, casas inteligentes, energia e tecnologia de edifícios, cidades seguras e indústria 4.0 -, que estão a chegar aos mercados globais com a marca da Bosch em Portugal. A aposta no desenvolvimento e produção destas diferentes tecnologias permite a criação de emprego com diferentes perfis de competências que ajudam a transformar o perfil tecnológico de Portugal», destaca José Oliveira.
Sublinha-se ainda que portefólio de tecnologias produzidas pela Bosch em Portugal potencia uma maior incorporação de componentes produzidos no país, originando o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores com novas competências e capacidades para responderem aos desafios de forma sustentada e a nível mundial, acrescentado mais valor para a economia nacional.
O trabalho desenvolvido pela Bosch em Portugal também desafia as PME nacionais a aceitarem novos desafios na direção de uma colaboração contínua com a academia, permitindo que o perfil de conhecimento entre as partes se consolide e evolua, o que naturalmente beneficiará a economia do país.
«Um ecossistema de inovação coerente e contínuo é fundamental para transformar o conhecimento em valor, e nesse investimento está o caminho para a criação de uma economia com um perfil mais competitivo».

LIDERANÇA
Na senda para Portugal se posicionar como um líder tecnológico na Europa, o país enfrenta desafios complexos, uma vez que tem de competir com outros países na atração de novos investimentos.
Para a Bosch, os apoios para a I&D e para investimento produtivo precisam de ser revistos: «os seus ciclos de aprovação longos arrastam decisões que muitas vezes levam ao desespero e à desistência. A juntar a isso, é também essencial fomentar mais inovação nas PME, que têm um peso elevado na economia, moldando o paradigma para que invistam mais em I&D».
Tendo em conta esta realidade José Oliveira alerta para um elevado risco de redução do investimento em I&D em Portugal nos próximos anos, investimento esse que tem trazido e estimulado a atração e fixação de quadros mais qualificados em Portugal.
Os modelos de financiamento das universidades, das empresas e de outras instituições científicas, a precariedade dos bolseiros de investigação, o valor das bolsas, a falta de autonomia das universidades para antecipar decisões críticas de investimentos e contratações, majorações para a participação de start-ups… Para a Bosch, todos estes vetores têm de ser debatido para que os programas de transformação organizacionais sejam uma realidade e para que o seu impacto na economia seja efetivamente estruturante.
«Observando todo o ecossistema, está evidente que há urgência que seja revisitado com inteligência para que a nossa economia mude para um perfil mais competitivo, que permita às empresas o pagamento de melhores salários aos seus colaboradores, criando e potenciando assim melhores condições de vida para os nossos cidadãos», termina.  

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