Borrell pede às autoridades de Hong Kong que garantam liberdades fundamentais

O Alto Representante da UE para a Política Externa condenou a decisão de Hong Kong de deter ativistas no exílio ao abrigo da Lei de Segurança, e instou as autoridades a garantir o exercício das liberdades fundamentais.

“A UE condena a decisão das autoridades de Hong Kong de emitir mandados de captura (…) contra oito ativistas pró-democracia que vivem fora de Hong Kong. A aplicação extraterritorial desta lei só aumenta a nossa preocupação”, afirmou Josep Borrell, numa mensagem divulgada na quarta-feira, na rede social Twitter.

Borrell apelou à China para que “respeite os compromissos internacionais e o princípio de ‘um país, dois sistemas'”. “Bruxelas insta as autoridades de Hong Kong a garantir o exercício das liberdades fundamentais consagradas na Lei Básica”, concluiu.

A polícia de Hong Kong anunciou na segunda-feira a decisão de oferecer uma recompensa de um milhão de dólares de Hong Kong (cerca de 117 mil euros) por informações que levem à detenção de oito ativistas acusados de violar a lei de segurança nacional, imposta por Pequim.

As autoridades de Hong Kong tentaram relançar o processo contra vários ativistas, que se encontram no Canadá, na Austrália, nos Estados Unidos e no Reino Unido. Entre eles contam-se os antigos deputados Nathan Law, Dennis Kwok e Ted Hui, o advogado Kevin Yam e o sindicalista Mung Siu Tat. Finn Lau, Anna Kwok e Elmer Yuan completam a lista, que foi divulgada pelo chefe da polícia Steve Li na segunda-feira.

O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, apelou na terça-feira a “quem quer que seja” para ajudar a polícia a prender os ativistas, afirmando que as autoridades iam “perseguir os ativistas para o resto das suas vidas”, mesmo que isso significasse ir “até aos confins do mundo”: “viverão com medo”, disse, em conferência de imprensa.

O Governo chinês impôs a lei de segurança nacional em 2020, na sequência dos protestos antigovernamentais que, um ano antes, abalaram a antiga colónia britânica. Desde que a lei entrou em vigor, pelo menos 260 pessoas foram detidas, dois terços das quais foram acusadas.

Ler Mais