Boris diz que refugiados ucranianos que cheguem ao Reino Unido ilegalmente (também) podem ser deportados para o Ruanda

O Primeiro-ministro britânico dá mais um sinal de que a sua nova política do governo conservador sobre a imigração ilegal não admitirá exceções, num esforço para vedar o Canal da Macha a travessias não autorizadas.

No âmbito da reunião dos líderes dos países da Commonwealth, que aconteceu esta semana no Ruanda, Boris Johnson afirmou que “as pessoas só serão enviadas para o Ruanda se vierem para o Reino Unido ilegalmente”, citado pela imprensa britânica. O Primeiro-ministro diz que o governo britânico está a emitir cerca de 130 vistos para ucranianos que procurem refúgio no Reino Unido.

Contudo, deixa um aviso: “se chegarem aqui [Reino Unido] ilegalmente, estarão a prejudicar todos os que vêm para cá legalmente”. Johnson diz que a deportação de ucranianos que cheguem ao país por vias ilícitas “em teoria, poderá acontecer”, mas diz acreditar que “isso será pouco provável”, sugerindo que a nova lei sobre a migração poderá ser relativamente flexível no que toca aos refugiados ucranianos.

A política britânica do Partido Trabalhista, Yvette Cooper, que serve também como “ministra sombra” da Administração Interna, descreveu as declarações do PM Johnson como “vergonhosas”, de acordo com o ‘The Independent’.

No passado mês de abril, o governo britânico estabeleceu um acordo com as autoridades do Ruanda que prevê que todos os imigrantes ilegais que sejam detetados no Reino Unido serão enviados para esse país da África Oriental. Em contrapartida, o governo ruandês recebe um de Londres milhões de libras, um pagamento que tem como objetivo, segundo as fontes oficiais, ajudar ao desenvolvimento do Ruanda.

Em junho, o governo britânico tinha planeado um primeiro voo de deportação ao abrigo do novo sistema estabelecido com o Ruanda, mas uma intervenção atempada do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos impediu que o avião levantasse voo. O partido conservador do Primeiro-ministro tomou esse desfecho como uma derrota e uma humilhação, e avançou com uma proposta de lei que pretende alterar a Carta os Direitos britânica e fazer com que os tribunais do país tenham a última palavra em matéria de migração, e não o tribunal europeu.

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