Bolsonaro acusa ONG de incendiarem a Amazónia

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que o aumento de queimadas registado nos últimos dias na Amazónia pode ser resultado de acção criminosa.

Para o presidente, as acções podem ser uma reacção à suspensão do financiamento do governo para organizações não governamentais (ONGs) e a também de verbas de países para o Fundo Amazónia, projeto de cooperação internacional para preservação da floresta.

Os principais países doadores do fundo, Alemanha e Noruega, anunciaram a suspensão do financiamento após a divulgação das taxas de desmatamento na região.

“O crime existe e temos que fazer com que esse crime não aumente. Mas nós tiramos dinheiro de ONGs, financiamentos de fora, dos quais 40% iam para ONGs, não tem mais, acabamos com financiamentos de órgão públicos para ONGs, de modo que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro. Então, pode estar havendo ação criminosa desse ‘ongueiros’ para chamar atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que estamos enfrentando”, disse, ao deixar o Palácio da Alvorada, na manhã de hoje.

“Não estou afirmando, mas no meu entender, há interesse dessas ONGs que representam interesse de fora do Brasil”, ressalvou.

Para Bolsonaro, as doações ao Fundo Amazónia, assim como o incentivo à demarcação de terras indígenas e ao aumento de áreas de reserva ambiental, são formas de “comprar às prestações a nossa soberania”.

“As demarcações não são para proteger os índios, mas para deixar intacta a maior parte possível dessa área para que, no futuro, outros países venham explorar-nos aqui. Acham que é coração muito grande desses países em ajudar? Eles não querem ajudar, todo mundo sabe que não tem amizade entre países, tem interesses. O que nós temos na região amazónica o mundo não tem. O mundo cresce 70 milhões de habitantes por ano, esse pessoal precisa de algo para se alimentar, para evoluir e vem de onde a matéria-prima? Dessa área”, disse o presidente.

Combate ao fogo

Bolsonaro destacou que as equipas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão a actuar na Amazónia contra as queimadas, e que as Forças Armadas devem reforçar o combate com as equipas locais, assim como a Força Nacional deve enviar 40 homens para a região. “É um crime, o governo não está insensível para isso. Mas temos uma guerra a acontecer no mundo contra o Brasil, a guerra da informação”, disse, ressalvando que o governo vai investigar os responsáveis por este crime.

*Com Agência Brasil

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