Black Friday vai ajudar negócios de retalho após quebras. “Online e físico estão em simbiose”, diz presidente da AMRR

O Presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), Miguel Pina Martins, foi entrevistado pela ‘Executive Digest’ em vésperas da ‘Black Friday’ e teceu alguns comentários sobre a situação vivida pelo setor durante a pandemia, passando pela inevitável digitalização dos negócios e pela crise global da cadeia de abastecimento.

“O segmento do retalho tem sido o mais afetado, sobretudo a partir da entrada em vigor do estado de emergência. Como tal, neste momento estamos moderadamente otimistas com a Black Friday de 2021″, começou por dizer o dirigente.

Após um período de grandes dificuldades devido às restrições impostas para conter a evolução da pandemia, o setor está a contar com as vendas do evento comercial originários nos EUA para fortalecer os negócios e equilibrar as perdas dos últimos dois anos.

De acordo com Miguel Pina Martins, o retalho poderá em breve aproximar-se dos valores registados nos últimos meses de 2019.

“Acreditamos que na fase final ano possamos vir a atingir valores próximos aos alcançados nos meses finais de 2019. Contudo, apesar deste aumento de vendas esperado como forma de o retalho mitigar as suas margens, os nossos associados contam ter menos vendas e menos rentáveis do que em 2019, ainda que um pouco melhor do que 2020”, explica.

O dirigente deixa claro que, perante as preocupações que a situação pandémica ainda suscita, o setor tem presente a necessidade de apostar na segurança dos clientes e dos trabalhadores.

“Temos vindo a adotar medidas para proteger os clientes perante o aumento de casos, e os Portugueses sabem e reconhecem que fomos sempre parceiros da Saúde Pública. Acreditamos que os clientes continuam a confiar nas suas lojas, até porque o futuro das empresas do setor, neste momento depende, para além da normalização da cadeia de abastecimento, com origem interna e externa, do comportamento da procura em níveis do período pós- crise sanitária”, continuou.

 

Vendas digitais

A aposta nas vendas online foi um dos pontos incontornários levantados por Miguel Pina Martins, que sublinhou a importância da coexistência dos dois formatos.

“É obvio para todos que as vendas online também vieram para ficar e os retalhistas continuam a apostar neste método de venda paralelamente às lojas físicas. O online e o físico estão em simbiose, e na verdade já coexistiam anteriormente à pandemia”, considerou.

 

Crise na cadeia global de abastecimento

A escassez de matérias-primas e de mercadorias decorrente da crise na cadeia global de abastecimento e o consequente aumento dos custos são uma preocupação real para o setor, sublinhou o dirigente da AMRR.

“Estamos naturalmente atentos e preocupados face à escassez de matérias-primas e consequentemente de mercadorias, assim como o aumento dos seus custos. Os constrangimentos são reais para os retalhistas e preocupamo-nos com a possibilidade de não termos todas as mercadorias necessárias”, finalizou.

 

 

 

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