BCE levanta restrições impostas às distribuições de dividendos por acionistas da Banca já em outubro mas quer “cautela”

Margarita Delgado, Vice-Governadora do Banco de Espanha e membro do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), anunciou, em entrevista à agência norte-americana Bloomberg, que o mais provável é que as restrições impostas em dezembro pela instituição financeira no que toca à distribuição de dividendos pelos acionistas dos bancos da Zona Euro, seja levantada por prazo estipulado, ou seja dia 31 de setembro.

O BCE apresenta a data definitiva no final deste mês.

Margarita Delgado salientou, no entanto, que o BCE vai pedir à Banca “que seja cautelosa” nesta matéria, para que as instituições sejam mais “rígidas” na forma como remuneram os seus acionistas.

Confrontada com o facto de os bancos poderem não obedecer a esta diretiva, a Vice-Governadora do Banco de Espanha foi clara: “enquanto supervisor, o BCE tem outras ferramentas, caso as instituições financeiras não aceitem esta decisão”.

“Vamos analisar caso a caso, para perceber o que significa para cada banco regressar ao normal”, explica Delgado. “Imaginemos o banco X, que é prudente, solvente e com uma rentabilidade muito forte, pois bem, este banco será capaz de pagar aos seus acionistas não só a totalidade dos dividendos referentes aos resultados de 2021 como de 2020, no entanto, para outra instituição que não consiga obedecer a estes critérios, talvez a realidade seja outra”, acrescentou o membro do Conselho de Supervisão do BCE.

No Reino Unido, o Banco de Inglaterra já levantou a suspensão de distribuição de dividendos, de forma a que grandes credores, como o HSBC, Barclays ou Standard Chartered possam emprestar mais dinheiro a particulares e empresas, que enfrentam a crise, provocada pela pandemia.

Atualmente e segundo os dados da Bloomberg, dez dos maiores bancos da Zona do Euro têm mais de 22.200 milhões de euros  reservados para compensar os acionistas. O BNP Paribas, Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), ING, Intesa Sanpaolo e Nordea Bank são os que detêm as maiores reservas de liquidez para este efeito.

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