Bancos centrais estão a ponderar avançar com moedas digitais próprias. Mas há regras a cumprir

Depois de a rede social Facebook ter surpreendido os mercados com o seu plano de lançar uma moeda digital, o ano passado, os bancos centrais começaram a discutir como poderiam criar o seu próprio dinheiro virtual. Agora, as instituições dão um passo importante ao criar uma estrutura básica de funcionamento para esse sistema.

Esta sexta-feira, o Banco de Compensações Internacionais e sete bancos centrais, incluindo a Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed), o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra, publicaram um relatório que estabelece requisitos-chave para moedas digitais de bancos centrais, ou as designadas CBDC.

Entre as recomendações feitas pelos bancos centrais, destaca-se o facto de as CBDC terem de assumir um papel de complemento – e não substituir – o dinheiro e outras formas de moeda com curso legal, de forma a apoiarem, em vez de prejudicar, a estabilidade monetária e financeira.

As recomendações vão ainda no sentido de as moedas digitais terem de ser seguras, o mais baratas possível – se não grátis – para usar e “ter um papel apropriado para o setor privado”.

A Blockchain, tecnologia que sustenta criptomoedas, como a bitcoin, foi apontada como uma potencial solução. No entanto, as criptomoedas têm atraído um grande escrutínio dos bancos centrais, muitos preocupados com a possibilidade de abrirem a porta para atividades ilícitas, como o branqueamento de capitais.

Na China, um país onde carteiras digitais como Alipay e WeChat Pay têm sido amplamente adotadas, o banco central já está a fazer parcerias com um grupo de empresas do setor privado para testar uma moeda eletrónica na qual está a trabalhar há anos. Enquanto isso, o banco central da Suécia está a trabalhar com a consultora Accenture para testar a sua proposta de moeda, a “e-krona”.

Importa ainda ressalvar que estes bancos centrais ainda não se estão a posicionar para emitir moedas digitais, estão apenas a apurar se estas moedas virtuais são viáveis.

Os defensores das moedas digitais afirmam que podem aumentar a inclusão financeira integrando pessoas sem acesso a uma conta bancária. Mas há preocupações de que isso possa excluir os bancos comerciais.

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