Apoios às famílias: Instituições dizem que medidas “farão a diferença” mas são “insuficientes”

Na noite desta segunda-feira, o Governo apresentou o seu programa de apoio às famílias num contexto de inflação a 9% e do aumento do custo de vida, com a subida de preços de muitos bens essenciais.

Do pacote de medidas anunciadas fazem parte um pagamento extraordinário de 125 euros para aqueles que recebem até 2.700 euros brutos mensais e um pagamento de meia pensão para os reformados, que serão feitos em outubro.

Ao jornal ‘Expresso’, a presidente da Cáritas Portuguesa afirma que os apoios são “positivos” e que “farão a diferença. Contudo, considera que serão “insuficientes” para que as pessoas e as famílias possam fazer face ao aumento do custo de vida em Portugal.

“Duvido que o aumento de preços se resolva até ao fim do ano”, salienta Rita Valadas. “Se isso não acontecer, este apoio não é suficiente, porque não garante solução nem resolve os problemas das famílias, dá-lhes apenas um desafogo pontual.”

E indica que “é importante que se encontrem outras medidas caso a situação se prolongue”.

Por sua vez, Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar, adianta que “tudo o que vier para aliviar as famílias desta pressão inflacionista é muito positivo”. Ainda assim, aponta que “dar uma vez só este apoio, que as pessoas vão gastar em outubro, não se dá nenhum contributo para reduzir a inflação, pelo contrário”, pelo que “é preciso que as medidas sejam mais estruturais”.

Isabel Jonet sublinha que “esta situação não é pontual e não vejo que estas medidas deem esse sinal” e que dentro de pouco tempo as famílias estarão, uma vez mais, a precisar de apoio. Defende que não basta “aliviar a pobreza”, e que é preciso “combatê-la”.

Rita Valadas destaca que o Governo deveria ter reduzido também o IVA sobre alguns bens alimentares, “porque medidas de futuro não põem comida na mesa”. E alerta que também as próprias instituições sociais estão a sofrer com os impactos da inflação e estão sob grande pressão.

“Não se pode deixar de dar alimentação a idosos num lar ou a crianças numa instituição”, frisa Rita Valadas, acrescentando que “estamos a falar de dificuldades com custos básicos de manutenção, como o pão, legumes, carnes e peixe”.

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