Apoiantes de Trump ameaçam paralisar EUA com a suspensão de todos os pagamentos do Estado

Joe Biden, Presidente dos EUA, chegou a acordo com o presidente da Câmara dos Representantes Kevin McCarthy para elevar o teto da dívida, referindo, este domingo que se tratou de “um compromisso, o que significa que ninguém consegue tudo o que quer”. No entanto a ação foi vista como uma traição por parte da ala ultra-republicana, de apoiantes de Trump no Congresso, conhecida como o ‘Caucus da Liberdade’.

Evitou-se uma crise institucional e jurídica, pois Biden poderia ter decidido invocar a Quarta Emenda e continuar a emitir dívida ou, o que teria sido um desastre para a economia mundial, suspender todos os pagamentos por parte do país que é a maior potência económica e militar do mundo, e que emite a moeda de reserva mundial, o dólar.

Caso não houvesse o acordo, uma das primeiras consequências seria a suspensão dos pagamentos do Estado, incluindo a imediata de todas as pensões ao 66 milhões de reformados nos EUA, e dos salários dos 5,3 milhões de funcionários públicos, incluindo 1,3 milhões de militares.

Acontece que o ‘Caucus da Liberdade’, que quase impediu que Kevin McCarthy chegasse ao cargo, esta a ameaçar chumbar o acordo e, desta forma, condenar os EUA a suspenderem todos os pagamentos já a partir do dia 1 de junho, quinta-feira.

Mesmo com McCarthy como presidente da Câmara dos Representantes, o ‘Caucus da Liberdade’ responde por 25% da bancada dos Republicanos e 13% total da câmara. Como os Republicanos tem maioria de 51% na Câmara, basta que alguns apoiantes de Trump queiram ‘bater o pé’ para que os Estados Unidos comecem a falhar pagamentos.

Para além da votação em plenário, que ocorre esta quarta-feira, o ‘Caucus da Liberdade’ pode ainda preparar uma ‘armadilha’ na Comissão de Regimento da Câmara dos Representantes, que determina como decorrerão as votações da medida.

Caso conseguisse as votações de alguns Democratas, tal contribuiria ainda mais para a imagem de “traidor” de McCathy, Republicano. Também a esquerda democrata não quer o acordo, considerando que porá fim a apoios sociais como as ajudas para compra de alimentos.

Perante o impasse e a ameaça que permanece, não deixa de ser irónico que os Republicanos tenham aprovado sem quaisquer problemas a subida do teto da dívida dos EUA três vezes durante o tempo em que Trump esteve à frente do país.

Acresce que, com Donald Trump, a dívida pública dos EUA passou de 19,9 biliões para 26,9 biliões de dólares: uma dívida 35% maior do que a que havia sido deixada por Obama.

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