Amigos estão preocupados com Marcelo: Presidente encontra refúgio na fé e chega a ir a Fátima de 15 em 15 dias

Perante uma crise de popularidade sem precedentes, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o primeiro ‘chumbo’ nos seus oito anos de mandato como Presidente da República, segundo apontou recentemente uma sondagem da Universidade Católica, que confirmou a queda nas preferências dos portugueses: os 9,4 valores atribuídos são, como indica o jornal ‘Expresso’, uma “mancha” para um aluno de excelência, que no início do primeiro mandato tinha uma avaliação média de 16,3 valores. Para os amigos do Presidente, garantem, baixar a média é um drama e Marcelo anda triste.

Chega a ir a Fátima de 15 em 15 dias e adora rezar a nadar. Obcecado pela popularidade, Marcelo sabe que o desgaste do tempo é ‘fatal’ e sempre temeu que o segundo mandato lhe manchasse o currículo — mas não antecipou uma curva tão descendente.O padre Vítor Melícias, que foi confessor de Marcelo Rebelo de Sousa, reconhece que o Presidente está a viver “um tempo difícil”. “Temos falado, ele não está com a vida facilitada”, conta o sacerdote, que sabe que o envolvimento no caso gémeas do filho de Marcelo, Nuno,  foi para o Presidente “muito complicado, é a dimensão família”. Mas “ninguém é perfeito”, aponta.

Após oito anos no topo do Estado, o Presidente vê as que abraçou como prioridades a marcar passo: o crescimento económico do país, o combate às desigualdades, à pobreza e aos sem-abrigo (uma guerra que perdeu), o mau estado da Justiça, o travão aos novos populismos ou a estabilidade política. O medo católico de ficar aquém e de não cumprir a missão também passa por aqui.

O psiquiatra José Gameiro, outro velho amigo de Marcelo, resume a equação religiosa de Marcelo com duas ideias simples. Primeira: “Ele tem uma sensibilidade social brutal, é de uma generosidade gigantesca e desprovido de interesses materiais, vive numa casa alugada, comprou o carro em leasing, ajuda quem precisa, quando viu a Livraria Galileu em Cascais a morrer foi ele que aguentou aquilo, não tem pés de meia, deve estar teso.”

Já no que toca à ação social, ninguém lhe pede mais, porque ele supera-se: vai vezes sem conta visitar pobres e doentes, ajuda a ensacar latas de atum no Banco Alimentar contra a Fome e instituições de apoio social, senta-se ao lado dos sem-abrigo na rua a comer papo-secos e leva sempre no bolso notas de cinco e 10 euros para distribuir por quem precisa.

No passado dia 12, Marcelo Rebelo de Sousa foi a Fátima, embora o bom tempo tenha desviado o Presidente para uns mergulhos no Algarve. O galgar quilómetros passou a ser a sua vida e no domingo à noite Marcelo lá estava, de vela na mão, no meio da multidão – também pode acontecer o Presidente ir na autoestrada a cumprir agenda e ao ver a placa a dizer Fátima mandar o motorista desviar-se para se ajoelhar e rezar na Capelinha das Aparições.

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