Alívio das temperaturas pode ser temporário. Previsões apontam para nova onda de calor na Península Ibérica na próxima semana
Depois de dias de calor intenso um pouco por todos os países da Europa ocidental, o tempo mais fresco volta ao continente. No entanto, esse poderá ser um cenário temporário e não se afastam novas ondas de calor para a última semana de junho.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê “valores abaixo do normal (-6 a – 1ºC)” para a semana de 20 a 26 de junho, que considera ser uma “anomalia negativa”. Contudo, para a semana seguinte, de 27 de junho a 3 de julho, devem esperar-se aumentos da temperatura média de entre os 0,25ºC e os 3ºC. O instituto público avança que “a probabilidade de a temperatura média semanal ser superior ao normal situa-se entre 40% e 70%”, na próxima semana.
Informações avançadas pelo ‘The Guardian’ dão conta de que a onda de calor que assolou a Europa ocidental nos últimos dias está de saída, mas que o calor poderá regressar já na próxima semana, com os termómetros a voltar a registar altas temperaturas. As recentes ondas de calor afetaram vários países da região, com Espanha a registar grandes incêndios que pintaram de preto vastas extensões de área florestal no país.
O mesmo jornal refere que essas ondas de calor estão em linha com as previsões dos cientistas, que apontam que essas vagas de temperaturas elevadas acontecerão mais cedo e com maior força devido às alterações climáticas. E a Península Ibérica deverá voltar a sentir a dolorosa ferroada do calor intenso já na próxima semana.
Em declarações à ‘Multinews’, Jorge Ponte, meteorologista operacional do IPMA, reconheceu que é muito difícil fazer previsões para o que poderá acontecer de hoje a sete dias. Contudo, apontou que a depressão que esta semana fará descer as temperaturas, e que levará a chuva ao Centro e ao Norte, irá desaparecer entre sexta-feira e o início da próxima semana, pelo que “é provável que haja uma subida das temperaturas” em Portugal.
O especialista diz que os modelos de previsão já evidenciam sinais de subidas da temperatura, mas que ainda não são muito evidentes, e explicou que já se registaram, pelo menos, duas ondas de calor em Portugal desde o início do ano, em maio e agora em junho.
Citado pela ‘Euronews’, o Primeiro-Ministro Pedro Sanchéz diz que “A Península Ibérica é uma área cada vez mais seca e os nossos rios [incluindo o rio Tejo] correm cada vez mais lentamente”.
Numa altura em que o país vizinho enfrenta uma forte onda de calor, as chamas na região de Zamora, no noroeste, carbonizaram mais de 25 mil hectares de floresta e obrigaram à evacuação de centenas de residentes de 18 cidades.
De recordar que no início do mês, o IPMA tinha revelado que maio foi o mês mais seco dos últimos 92 anos, devido a uma taxa de precipitação bastante abaixo dos níveis que seriam de esperar para essa altura do ano.