Alasca, Califórnia, Finlândia, Países Bálticos: aliado de Putin discute anexação na televisão russa

Vladimir Solovyov, aliado de Putin e um dos maiores propagandistas do Kremlin, discutiu, na televisão estatal russa, a possibilidade de Moscovo conquistar os estados americanos do Alasca e da Califórnia, assim como a Finlândia e a Polónia. Considerado “a voz de Putin”, Solovyov realçou “a justiça histórica” no seu programa no canal ‘Rússia-1’.

Um segmento da transmissão foi partilhado na rede social ‘X’ por Anton Gerashchenko, antigo conselheiro do ministro dos Assuntos Internos da Ucrânia. “Os propagandistas russos querem ‘restaurar a justiça histórica’ capturando a Finlândia, a Polónia, os Estados Bálticos e o Alasca. A Sérvia aderirá voluntariamente, acreditam”, escreveu o responsável ucraniano, na legenda.

“A propósito, concordo com aqueles que dizem que a Rússia ocupa territórios injustamente”, reforçou Vladimir Kornilov, especialista da agência noticiosa ‘RIA Novosti’ e que participou no programa. “Sim, precisamos devolver muito mais terras históricas, restaurar a justiça histórica. Definitivamente…”, salientou, sendo interrompido por Solovyov. “Califórnia… Finlândia, os Estados Bálticos – é tudo nosso, é claro. Vamos ficar com o Alasca e eles próprios darão o resto. Só resta a Sérvia. Os próprios sérvios virão”, disse Solovyov.

A televisão estatal russa é palco fértil de sugestões para a Rússia tentar tomar o Alasca, que foi vendido por Moscovo em 1867 ao então presidente dos Estados Unidos, Andrew Johnson. Já a Califórnia nunca fez parte da Rússia, embora no início do século XIX a Rússia tenha estabelecido o posto avançado de Fort Ross, no que hoje é o condado de Sonoma, com colonos russos a viveram lá entre 1812 e 1841.

Recorde-se que em janeiro Vladimir Putin deu à Rússia motivos para recuperar o Alasca através de um decreto presidencial: o Kremlin assinou um decreto relativo às participações imobiliárias russas históricas no estrangeiro, dando orientações para se procurarem “bens imóveis na Federação Russa, no antigo Império Russo, na ex-URSS” para o “próprio registo de direitos e proteção legal desta propriedade”.

O Departamento de Estado dos EUA rejeitou rapidamente a especulação. “Falo por todos nós no Governo dos EUA para dizer que certamente não o vai recuperar”, garantiu o principal porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, em 22 de janeiro último.

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