“Ainda não começámos a fazer contactos”: Montenegro não confirma IL no novo Governo e encontra-se com Costa em Bruxelas para ‘tomar café’

Luís Montenegro, já indigitado como futuro primeiro-ministro, reuniu-se esta quinta-feira em Bruxelas com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia para dar conta da situação política de Portugal. No entanto, sobre a composição do novo Governo, garantiu “que ainda não começámos os contactos”.

“Governo? Ainda não começámos a fazer contactos e oportunamente darei nota das diligências, daqui a oito dias. Tenho de remeter as decisões e enquadramento político para o momento em que apresentar o elenco ao Presidente da República”, indicou o líder do PSD, que garantiu que “não há motivos para ter desconfiança” da estabilidade política do novo Executivo.

“Tive ocasião de explicar o contexto em que fui indigitado primeiro-ministro. Não há razão interna ou externa de desconfiança de termos um Governo estável, que cumpra com responsabilidade os compromissos com os eleitores e instituições internacionais, com a UE à cabeça. Embora não disponha de maioria absoluta, disponho da confiança dos eleitores e do sentido de responsabilidade da oposição. Não há motivo para desconfiar da maturidade democrática dos portugueses”, salientou, não confirmando a presença da Iniciativa Liberal no novo Executivo. “Oportunamente darei nota da composição do Governo”, limitou-se a dizer.

A reunião com Von der Leyen permitiu abordar a aplicação dos fundos do PRR. “Tentar recuperar atrasos do PRR, foi uma das questões que esteve em cima da mesa na conversa de hoje”.

“Há atrasos que nunca foram recuperados e o meu desejo é aproveitar o impulso de financiamento para dinamizar a nossa atividade económica para termos um ciclo de crescimento mais duradouro que possa dar condições para atrair e reter o nosso talento em Portugal”, garantiu, salientando que tem noção “que alguns compromissos assumidos pelo Governo português estão ainda por cumprir”.

“Já foram causa de atraso no desembolso de algumas tranches, que dependem exclusivamente do Governo que está em funções. Queremos como novo Governo incrementar maior capacidade de execução do que teve nos últimos anos”, frisou Luís Montenegro, que não quis avançar um eventual apoio a uma candidatura de António Costa a um cargo na UE. “É muito cedo, as eleições europeias são a 9 de junho. Na altura terá o devido tratamento [uma eventual candidatura].”

Luís Montenegro manifestou intenção de se reunir com António Costa, salientando ter tido ocasião de falar com o primeiro-ministro esta quarta-feira depois da indigitação. “Falei com ele ontem depois de ter sido indigitado e combinado um pequeno encontro hoje em Bruxelas para conversarmos um pouco aqui. Se as agendas forem compatíveis teremos oportunidade de conversar”. E viriam mesmo a encontrar-se num hotel perto da Comissão Europeia, de onde depois se vão dirigir para as reuniões do Partido Socialista Europeu e do Partido Popular Europeu, respetivamente, que habitualmente antecedem as cimeiras de líderes europeus. “Não foi combinado, mas convergiu”, disse António Costa sobre o encontro, perante os jornalistas presentes à porta do hotel. “Bebemos um café?”, perguntou, já sentados a uma mesa.

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