A transformação digital e a Covid-19 abriram portas à formação remota

Por Cláudia Vicente, directora-geral da Galileu

Há já vários anos que são disponibilizadas soluções formativas que permitem aprender sem sair de casa (ou do escritório). E, se num cenário “normal” estas soluções trazem inúmeras vantagens, em tempo de pandemia ganham outra visibilidade e importância para as organizações.

A pandemia de Covid-19 atirou uma chave de fendas para a engrenagem das organizações, fazendo o seu crescimento abrandar, parar e, em alguns casos, contrair. E a capacidade de fazer a transformação digital das empresas é (e será) um factor decisivo para abordar este novo desafio, bem como para preparar o futuro.

Volvidos alguns meses desde que a pandemia chegou a Portugal, as organizações procuram agora relançar a actividade económica. Todos aprendemos a utilizar ferramentas colaborativas à distância (Microsoft Teams, Office 365, Google Docs, Zoom) e adaptamos processos de trabalho (e as nossas vidas). Modelos de negócio foram (e continuam a ser) adaptados ou reinventados. E neste processo estamos todos, literalmente, a aprender.

Lá fora, as soluções de formação remota, como o e-learning ou o live training, são soluções populares há muito tempo, mas em Portugal, apesar de serem uma realidade há vários anos, e apesar das suas inúmeras vantagens, existiam ainda inúmeras organizações reticentes em optar por estes modelos, privilegiando a formação presencial.

Contudo, alguns factores têm vindo a alterar a forma como as organizações encaram a formação remota. Em muitos casos, o próprio processo de transformação digital das organizações deixou-as mais receptivas a diferentes soluções. E se a transformação digital foi essencial para esta abertura em algumas empresas, para outras a Covid-19 foi o empurrão decisivo. Apesar de no passado recente se notar já uma maior abertura, 2020 adivinha-se o ano em que as organizações irão finalmente dar o salto e abraçar as soluções formativas à distância em Portugal.

Se algumas organizações continuam a preferir suspender os seus planos de formação e aguardar pela formação presencial tradicional, muitas optam já pelas soluções de e-learning e de live training – seja através de projectos à medida ou de formação de catálogo. Estas organizações sabem que o seu negócio não pode esperar e que precisam de preparar o seu futuro. E isso passa por dotar as suas pessoas de competências necessárias para os desafios que aí vem.

Há bastante tempo que o trabalho remoto era antecipado – e por alguns até desejado. Mas a verdade é que demorou a aparecer. Com esta pandemia, e apesar das “dores” iniciais, ficou provado que muitas organizações conseguem viver e até prosperar com esta solução. São muitos os colaboradores que pedem já que esta solução seja prolongada, ainda que parcialmente, além da pandemia. E são muitas as organizações que garantem que o irão fazer, confirmados que estão os benefícios desta grande e forçada experiência. De igual modo, é certo que existe abertura das organizações a soluções de formação remotas, com claros benefícios para si e para os seus colaboradores.

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