«A Sonae tem saído das crises cada vez mais forte», afirma CEO da Sonae Financial Services & Sonae Fashion

O Grupo é hoje bastante mais diversificado do que o era há cinco ou 10 anos. Tem- -se vindo progressivamente a diversificar e crescido muito. O Grupo vai tendo ciclos de centralização e de descentralização. Neste momento, estamos numa fase de descentralização, de dar mais autonomia, mais independência, mais responsabilidade aos negócios, para que os negócios procurem dentro de si e nas suas adjacências ainda mais áreas de diversificação», afirmou Luís Reis, durante a CEO Talks by Executive Digest.

Nesta entrevista conduzida pela directora de redação, Maria João Vieira Pinto, e pelo jornalista António Sarmento, Luís Filipe Reis, CEO da Sonae Financial Services & CEO da Sonae Fashion, recordou também a liderança de Belmiro de Azevedo. «O engenheiro Belmiro de Azevedo é a pessoa que mais admiro como gestor, como homem. Marcou-me obviamente muito», diz. Sobre o impacto da digitalização e na forma como os consumidores se relacionam com as empresa, Luís Reis explica: «O consumidor está a mudar cada vez mais depressa e, durante esta fase da COVID-19, mudou em termos de tecnologia cinco ou 10 anos em apenas dois meses.»

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou recentemente que conta com um regresso da economia portuguesa ao desempenho antes da pandemia entre o final de 2021 e o início de 2022. Pergunto-lhe a si, como gestor e professor universitário se partilha da mesma opinão?

Tenho uma visão muito céptica ou cautelosa sobre os oráculos da economia. Porque se há alguma coisa que estamos a viver é um momento de extraordinária incerteza e, em concreto, de extraordinária incerteza sobre a retoma económica. E, até antes da retoma económica, sobre os impactos que o conjunto de crise que estamos a viver – ela é mais do que uma – vão ter sobre a economia. Compreendo, no entanto, e percebo a posição do Ministro da Economia.

Compete aos políticos serem motivadores?

Às vezes há uma diferença entre ser optimista e ser realista. Ou ser optimista e ser completamente irrealista. Talvez essa afirmação esteja mais no segundo grupo destas do que no primeiro. Mas eu compreendo-o perfeitamente…

O Governo apresentou o Programa de Estabilização Económica e Social, para fazer face aos efeitos da pandemia. Que leitura faz das principais medidas, nomeadamente para as empresas?

Acho que o Governo tem tido vários comportamentos que são louváveis, designadamente os comportamentos que tem tomado ao nível da reacção à crise sanitária e do ponto de vista das medidas que tem tomado ao nível do sistema nacional ou do controlo da pandemia. Relativamente às medidas económicas, acho que o Governo ainda está limitado. E está limitado por vários factores que eu acho que são compreensíveis. O primeiro é, precisamente, pela incapacidade de prever o impacto da crise na economia e o segundo é limitado pelas condições de partida com que Portugal sai para esta crise. Portugal estava numa situação de recuperação, mas recuperação em debilidade. A nossa situação de dívida, em concreto, era complexa, apesar de estarmos num processo de recuperação.

Quais os sectores mais afectados?

Centrados em duas grandes dimensões que são muito afectadas pela crise pandémica. Por um lado, o turismo. E, por outro lado, as exportações. As exportações são afectadas porque esta crise é uma crise diferente de outras de natureza global e que, provavelmente, afectará da mesma forma os países que são os nossos países destino em termos de exportação. O Governo (e não é uma crítica, é uma constatação) parte de uma posição menos boa de partida, quando comparado com outros países: uma dívida alta e impactos económicos expectáveis elevados. E depois tem um constrangimento de natureza ideológica.

Que constrangimento de natureza ideológica é esse?

É um governo que não é pró empresas privadas. Quando vemos uma Alemanha que anuncia praticamente um plano no mesmo dia do governo português com a baixa de IRC, baixa de IRS, com estímulo claro à competitividade das empresas e estímulo claro à recuperação do consumo… vemos um governo português preocupado em fazer aquilo que muitas vezes a esquerda acusa a direita de fazer. É o Governo da caridade. É o Governo que estende a mãozinha às pessoas, aumenta um bocadinho o subsídio, dá mais qualquer coisinha para que as pessoas fiquem muito agradadas e muito disponíveis para manterem os índices de popularidade e irem votar. São estímulos de curto prazo mas que pouco afectarão o robustecimento a prazo da economia. Portanto, eu daria uma nota muito alta ao Governo no que ao combate à pandemia diz respeito, e é uma nota muito alta relativamente a essas medidas. Relativamente à forma como está a lidar com a economia tenderia a dar-lhes uma nota bastante baixa.

Esta leitura que faz da actuação do Governo não é só na era COVID-19. Já antes também era crítica?

Era crítica na medida em que o Governo foi sempre (e continua a sê-lo) preocupado com o Estado. Está preocupado em aumentar o peso do Estado, em aumentar a carga estatal, em aumentar a máquina estatal. Dedicou uma parte importante das suas iniciativas a aumentar o peso da função da pública, a carregar o país, quer do ponto de vista do hardware e do software com mais carga estatal e menos liberdade de iniciativa empresarial. É um Governo estatista e centralizador. Isto não é uma crítica, é uma constatação. Alguém me perguntava no outro dia se Portugal é um país socialista. É tão socialista porque vota socialista. Se os cidadãos portugeses querem ter um governo de pendor centralista napoleónico é o que têm e, portanto, como vivemos em democracia é o que temos. Não podemos pedir a um Governo de base estatista que seja uma coisa diferente daquilo que está nos seus genes e na sua natureza. No pré-COVID-19 o Governo estava a aumentar a carga estatal mas o país lá ia recuperando à custa da iniciativa privada que conseguia escapar às malhas centralizadoras. Este tipo de Governo – e não é só o português – sempre que apanha qualquer coisa cai em cima com taxas, impostos e inibições. Veja o que aconteceu: aumento o turismo, taxa no turismo, aumentou o alojamento no local, taxa no alojamento local, começaram a aparecer Airbnb, há que por regras sobre os Airbnb, apareceram os Tuk Tuk, há que limitar os Tuk Tuk. Qualquer coisa que a iniciativa privada faça leva com a canga das regras do Estado.

E parece-lhe mal essa aplicação de taxas e de controlo?

Estava a descrever isto como uma filosofia de actuação, que é uma filosofia de actuação centralista, versus uma filosofia de actuação mais liberal e mais pró-iniciativa privada. O Governo, talvez até por isso, tenha lidado tão bem com a crise pandémica. Eu li no outro dia um jornal que explicava as regras que é preciso seguir para ir à praia. O conjunto de regras de que se lembram é incrível. Devem estar divertidíssimos a fazer regras para tudo. Este tipo de mentalidade governativa, que limita, cerceia e condiciona a iniciativa privada. Tenho muito receio disso sobretudo numa fase pós-COVID-19 em que vamos precisar de ser muito criativos para conseguir fugir às limitações económicas, especialmente quando vamos ter uma pressão negativa inevitável no turismo e uma pressão negativa inevitável nas exportações, que eram os dois pilares da recuperação que estávamos a ter. Já para não falar, naturalmente, do enorme impacto no consumo que resulta inevitalmente da própria crise económica e da diminuição do rendimento.

E sabendo que a iniciativa privada é fundamental para o país que leitura lhe merece a actuação da oposição, quer à direita, quer à esquerda.

A oposição de esquerda está muito satisfeita porque sempre que o governo diz mata eles dizem esfola. A oposição à direita, se quiser a do PSD, está também muito satisfeita. Porque o PSD nos últimos três anos tem primado por uma coisa chamada falta de comparência. Não existe.

Acha mesmo?

Deu sinal de vida com um plano de recuperação económica de médio prazo. Acho que é a primeira vez que tem uma pulsão reformadora porque até aqui não vi nada. O Rio da oposição estava seco. Vamos ver o que vem dali mas tem primado pela falta de comparência. Mais uma vez temos de separar o que é economia e o que são finanças e políticas públicas, sociais, entre outros, do que é a pandemia. Durante a pandemia toda a oposição teve um comportamento muito responsável. Durante o período crítico da pandemia, ao invés do que aconteceu em outros países, devemos dizer muito bem de Portugal, muito bem da nossa oposição e muito bem do Governo. A pior coisa que pode acontecer num momento destes é toda a gente andar a discutir se faz isto ou aquilo. Calma! Durante esta fase, trata-se primeiro da pandemia, depois trata-se das outras coisas. Acho que foi um sinal de enorme maturidade e de enorme responsabilidade a generalidade da oposição ter sabido estar ao lado das medidas que o Governo tomou. Podemos depois discutir se a medida é mais um bocadinho à esquerda ou um bocadinho mais à direita, medida, não do ponto de vista ideológico. Acho que a oposição esteve toda muito bem. Agora, mais do que nunca, é preciso oposição.

Qual a sua opinião sobre António Costa e Silva, nomeado pelo Governo para ajudar na recuperação da economia no pós-crise pandémica?

Conheço, aprecio e admiro a pessoa que foi escolhida. Acho que pode ser uma lufada de ar fresco no Governo. Foi corajoso da parte dele ter aceite este desafio, e o que conheço da pessoa leva-me a acreditar que ele levará para o Governo uma proximidade à economia, à iniciativa, às empresas, que tenho dificuldade em ver nas pessoas que estão hoje sentadas nos gabinetes minesteriais.

“Da Troika à Geringonça” é o título de um livro que publicou no início do ano e conjuga a observação da realidade económica e política portuguesa, de 2011 a 2019, à luz de um pensamento político e económico liberal. Como é que descreveria estes últimos anos em Portugal?

Acho que são anos marcados, em primeiro lugar, por um grande sofrimento. Portugal viveu uma crise de proporções muito grandes. Viveu essa crise precisamente nessa época. Mesmo durante o período da recuperação económica, após 2013, quando começámos a recuperar, continuámos a perder lugares do ponto de vista da competitividade. A nossa posição na Europa tem vindo sistematicamente a degradar-se. Nós temos vindo a perder lugares em termos de PIB per capita ou em termos de produtividade quando comparados com outros países da Europa, designadamente para os países do leste europeu, que pertencem à Europa, e têm feito percursos de adesão à Comunidade Europeia e de explosão do ponto de vista do crescimento económico muito interessantes. Portugal não tem tido crescimentos acima da média dos países com quem se deve comparar e, por esse motivo, tem estado a perder posições. Estamos aqui perante uma década negra na nossa história e é por isso que acho que a pandemia nos apanha num período de alguma debilidade, apesar de estarmos a recuperar muito lentamente, muito menos do que os outros, estávamos anémicos mas já andávamos. Não sei como é que vamos ficar depois desta crise.

Em relação à qualidade dos gestores portugueses, considera que o País está bem servido?

Acho que melhorou mas não o suficiente. Há vários estudos que mostram que o factor que mais está ligado com a produtividade é a qualidade da gestão. Temos tido uma evolução muito grande na qualidade da gestão feita nos últimos anos, mas isso está relacionado com o sistema educativo. Continuamos com um tecido empresarial em que mais de 90% das nossas empresas são pequenas e médias empresas em que a propriedade e gestão dessas empresas, como é normal, confunde-se. E em que a qualidade da gestão dessas empresas, em muitos casos, ainda não é suficiente. Isso deve-se ao atraso da evolução do nosso sistema educativo. O nosso sistema educativo tem feito um esforço muito grande – é uma das áreas que melhor tem evoluído ao longo dos últimos 25 anos – mas isso demora uma ou duas gerações até chegar à gestão. Uma das razões, aliás, pela qual os países de leste estão a recuperar muito mais rapidamente tem que ver precisamente com isso. Os sistemas educativos desses países já eram melhores, já iam à frente, se compararmos no tempo. Quando Portugal assinou o tratado de adesão à Comunidade Económica Europeia em 1985 e quando estes países entram em 2005, 2007, 2008, se compararmos os rácios de formação, educação, literacia, número de pessoas com ensino superior, desses países à entrada do que quando Portugal entrou em 1985 há uma discrepância brutal. Temos vindo a recuperar mas demora tempo a fazer essa recuperação. A qualidade da nossa gestão tem melhorado mas ainda não é suficiente.

O que podemos fazer para que os melhores gestores se fixem em Portugal e não partam para o estrangeiro?

Acho que há uma parte que é da responsabilidade das empresas, que é a de criar as condições para que eles fiquem, criar oportunidades atractivas. Mas há uma parte que é do meu ponto de vista da responsabilidade do Estado e é uma das minhas maiores críticas aos diferentes governos. É que temos um sistema anti-trabalho, porque qualquer indivíduo a ganhar 1500 euros é rico e deixa ficar 30 a 40% daquilo que recebe entre taxas, segurança social, entre impostos directos e impostos indirectos. Deixa-os ficar no bolso do Estado para suportar a máquina atávica que depois o limita. Portanto, os nossos jovens cada vez mais móveis, cada vez mais bem educados pelo tal sistema de educação que eu já elogiei e cada vez mais atentos àquilo que no fim do mês lhes sobra, partem para países que lhes oferecem condições de remuneração muito superiores com taxas de imposto muito mais reduzidas e, portanto, é inevitável. Hoje, ao fim de dois anos, a nossa estrutura de impostos torna absolutamente descompetitiva qualquer salário acima de 1400 ou 1500 euros. É absurdamente descompetitivo quando comparado com a média dos países europeus com os quais concorremos. E os portugueses têm capacidade até porque têm uma educação boa desse ponto de vista, em línguas, e têm uma capacidade de adaptação muito grande. Sempre tivemos, sempre fomos um povo de navegadores (ainda temos isso no nosso ADN) e, em geral e em média, damo-nos bem em qualquer parte do mundo. Portanto, as pessoas saem à procura, quer de remunerações quer de taxas de imposto, muito mais interessantes. Qualquer enfermeiro em Inglaterra, gestor na Alemanha ou médico em Inglaterra recebe 40 a 60% mais do que recebe aqui em Portugal. Tem um custo de vida ligeiramente mais alto mas tem uma taxa de imposto que é substancialmente inferior à taxa de imposto que paga em Portugal. E, portanto, a equação económica é muito mais vantajosa fora do nosso país. E enquanto não fixarmos isso dificilmente vamos conseguir fixar cá jovens de qualidade.

Uma das personalidades que mais o influênciou foi o engenheiro Belmiro de Azevedo. Que ensinamentos tirou para a sua vida?

É difícil falar nisso. O engenheiro Belmiro de Azevedo é a pessoa que mais admiro como gestor, como homem. Marcou-me obviamente muito. Trabalhei directamente com ele aqui na Sonae entre 1990 e 1995. Depois, a minha carreira fez outros percursos sempre na Sonae, mas já não com ele em relação directa. A primeira palavra que me lembro é incoformismo. Era uma pessoa incoformada, mas lembro-me de muitas outras coisas: era uma pessoa muito informada, muito atenta, muito educada, muito curiosa, muito humilde relativamente àquilo que não sabia, muito tolerante ao erro, apesar daquilo que muita gente dizia – de ele ser às vezes uma pessoa algo irascível. Aceitava muito bem quando a pessoa dizia «enganei-me». Gostava de arriscar, não tinha medo do risco, o que é muito próprio dos empreendedores, menos dos gestores. E depois era uma pessoa que tinha uma coluna vertebral com as vértebras todas muito direitinhas e não tremia.

Durante anos, a Sonae reforçou o portefólio e alargou para várias áreas de negócios. Neste momento está a recentra-se no seu core?

A Sonae tem conseguido passar por este conjunto de crises de que temos falado e saído delas cada vez mais forte. O grupo é hoje bastante mais diversificado do que o era há cinco, sete, 10 ou 15 anos. O Grupo tem vindo progressivamente a diversificar-se. Tem crescido muito. Vai tendo ciclos de centralização e de descentralização. Normalmente, nos ciclos de descentralização, é quando há mais crescimento e mais diversificação. Neste momento, estamos numa fase de descentralização, de dar mais autonomia, mais independência, mais responsabilidade aos negócios para que os negócios procurem dentro de si e nas suas adjacências ainda mais áreas de diversificação. Vejo o Grupo numa fase de expansão e de diversificação e não ao contrário.

Mas vendeu algumas marcas…

É normal. O Grupo sempre foi muito activo. Compra, vende. Está mais diverso hoje do que há um par de anos.

Outra das apostas do Grupo tem sido a internacionalização. Como está o plano de expansão?

A diversificação internacional continua a ser uma das prioridades do Grupo mas é evidente que temos um peso grande em duas áreas importantes que são o retalho e as telecomunicações, que são áreas dificeis de internacionalizar à escala que temos em Portugal. Quer uma quer outra têm as suas iniciativas internacionais mas são pequenas quando comparadas com a dimensão do retalho ou das telecomunicações em Portugal. Mas continuamos à procura nas áreas das tecnologias, nas áreas dos investimentos da Sonae IM em fazer diversificação internacional. Portanto, continuamos a olhar para essa diversificação.

Numa das suas crónicas, escritas para a Executive Digest, afirmou que o consumidor está a mudar e essa é uma das dificuldades enfrentadas pelos negócios. Como é que a Sonae olha para esta mudança?

O consumidor está a mudar cada vez mais depressa e, durante esta fase da pandemia, em termos de tecnologia mudou cinco ou 10 anos em apenas dois meses. Não sei exactamente que contas é que vão ser feitas com impactos enormes e dificeis, até de conseguir antecipar como é que vão afectar os negócios. Uma das grandes mudanças é precisamente essa, o impacto da digitalização na forma como os consumidores se relacionam com as empresas, com as marcas e com os produtos. Vai ser interessante de perceber quem ganha e quem perde nesta fase de mudança mais acelerada.

Como avalia o impacto da pandemia no Universo Sonae e quais foram as áreas mais afectadas?

Tivemos áreas mais afectadas pela positiva. E tivemos áreas mais afectadas pela negativa. Tivemos, se quiser, duas áreas que aumentaram, a parte alimentar e da electrónica de consumo. Depois tivemos áreas mais afectadas, como as telecomunicações que tiveram um crescimento muito grande de utilização mas não tiveram um crescimento muito grande de receitas, porque a maior parte das suas receitas não estavam indexadas ao consumo. Pelo contrário, assistiu-se uma redução de receitas como foi o caso dos canais premium de desporto ou o caso dos cinemas. Tivemos o retalho da moda todo fechado. Depois, nos serviços financeiros temos comportamentos mistos. Áreas que aumentam explosivamente, designadamente tudo o que tem a ver com a parte digital, com os pagamentos digitais e com o e-commerce. Tivemos áreas afectadas de forma completamente distinta em função da área em que se situa. Mas, em geral, viu-se nos resultados, o Grupo teve um bom comportamento. Obviamente também teve um impacto muito negativo nos centros comerciais.

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