“A garantia fundamental da segurança”: Putin anuncia desenvolvimento de “tríade nuclear” e ameaça com novos mísseis
Vladimir Putin reforçou a ameaça contra o Ocidente anunciando a continuação do desenvolvimento da “tríade nuclear”, a que se referiu como uma “garantia fundamental da segurança militar da Rússia”.
O Presidente russo explicou que estão a ser levadas melhorias e mudanças de fundo no aparelho militar do país, e ameaçou com novos mísseis, num discurso perante os graduados das academias militares da Rússia esta quarta-feira.
A intervenção foi transmitida em diferido pela TV estatal russa. “Tendo em conta os novos desafios e, claro, inestimável experiência na condução da operação militar especial, vamos continuar a melhorar as forças armadas de uma forma abrangente”, apontou Putin.
“A missão mais importante neste aspeto é o desenvolvimento da tríade nuclear, que é a garantia fundamental da segurança militar da Rússia e da estabilidade global”, declarou o Chefe de Estado russo.
Segundo afirmou, já hoje metade das unidades militares russas estavam equipadas com mísseis Yars de última geração, um complexo de mísseis com um míssil balístico intercontinental RS-24).
Ao mesmo tempo, as forças russas estão a receber, segundo Putin, novos sistemas de mísseis com ogiva Avangard, com capacidade hipersónica.
“Já em breve, num futuro próximo, os primeiros lançadores Sarmat com um novo míssil pesado vão ser substituídos no serviço de combate”, informou, sem adiantar mais detalhes.
A ameaça nuclear reforçada de Putin no discurso surge depois de, ontem, Joe Biden, Presidente dos EUA, ter afirmado que acredita que Putin pode mesmo usar armas táticas nucleares. “É real”, sustentou, sobre o risco.
Sobre o mesmo tema, o chefe do Serviço de Segurança russo, Kyryo Budanov, garantiu que “isso não vai acontecer”, recusando que o país “não é governado por idiotas”.
Por outro lado o chefe do gabinete da Presidência da Ucrânia e conselheiro de Zelensky, Mykhailo Podoliak, pediu que os líderes mundiais dessem um “sinal claro” de que Putin não poderia voltar a usar armas nucleares como ameaça.