200 anos da independência do Brasil: “Eu estou aqui para representar Portugal num momento histórico, fosse qual fosse o Presidente”, diz Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, esta quarta-feira no Brasil no âmbito das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, afirmou que “este é um momento histórico” e que “é histórico não porque há uma eleição, mas porque são 200 anos de vida de um Brasil independente”.

“Eu estou aqui para representar Portugal num momento histórico, fosse qual fosse o Presidente”, assegurou Marcelo Rebelo de Sousa, apontando que “a campanha eleitoral dura X tempo, o mandato do Presidente dura mais, e a História de 200 anos dura mais ainda”.

“Portugal tem relações diplomáticas com democracias e com ditaduras”, adiantou, acrescentando que “o que interessa é que há um milhão de portugueses a viver no Brasil e há 250 mil brasileiros a viver em Portugal”. “E esses continuarão a viver qualquer que seja o Presidente e o governo” brasileiros.

Questionado pelos jornalistas sobre se a cerimónia não se assemelhou mais a um comício de apoiantes do Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Marcelo Rebelo de Sousa disse que estiveram presentes chefes militares e dignitários de outros países, designadamente da comunidade de países lusófonos, e procurou afastar qualquer ideia de que se tratou de um encontro partidário.

O Chefe de Estado português disse que também já recebeu ovações durante cerimónias como o 10 de junho e que parte das aclamações poderiam não estar relacionadas com as celebrações dessa data.

“Isso faz parte da lógica destas cerimónias públicas”, salientou, acrescentando que, ontem, à saída do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil foi ovacionado, mas que também terá sido alvo de apupos.

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que, “na tribuna onde estava”, não ouviu palavras que ordem que terão sido proferidas por apoiantes de Bolsonaro contra o rival Lula da Silva. Nessa mesma tribuna, terá estado um empresário brasileiro que se suspeita de ter defendido uma tomada de poder caso vença Lula da Silva, mas Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que não tem conhecimento de tal facto e que não controla quem se encontra com ele.

De recordar que o Brasil está em plena corrida eleitoral, que opõe o incumbente Bolsonaro ao ex-Presidente e líder trabalhista Lula da Silva, numa campanha que está a ser marcada por uma forte polarização da sociedade brasileira e a alimentar receios de que a eleição possa gerar uma profunda convulsão social no país.

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