O Instituto Nacional de Estatística confirmou este mês que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou para 8,7% em junho, face a 8,0% em maio, o valor mais elevado desde dezembro de 1992 em Portugal. Esta semana será divulgada a estimativa rápida dos dados de julho.
É um indicador que, em níveis controlados, demonstra vitalidade económica, mas em níveis muito elevados preocupa governos, empresas e consumidores. Atualmente, não só em Portugal mas um pouco por todo o mundo, este indicador regista níveis bastante elevados devido às duas crises globais enfrentadas: primeiro a pandemia da Covid-19 e agora as tensões geopolíticas causadas pela guerra na Ucrânia.
Mas afinal, no que consiste a inflação?
O Banco Central Europeu explica, exemplificando, que “a inflação ocorre quando se verifica um aumento geral dos preços dos bens e serviços, não apenas de artigos específicos: significa que, com 1 euro, se compra menos hoje do que ontem. Por outras palavras, a inflação reduz o valor da moeda ao longo do tempo”.
Quando se calcula o aumento médio dos preços, tem de se ter em conta os preços dos produtos em que se gasta mais e nos que se gasta menos, pois os primeiros, como por exemplo a eletricidade, vão ter uma ponderação maior do que os segundos, como é o exemplo de selos do correio.
Segundo o BCE, se a percentagem de inflação não for superior a 2%, existe estabilidade nos preços, o que é economicamente saudável.
Como é calculada?
Para explicar o cálculo, o BCE começa por esclarecer que cada família tem os seus hábitos de consumo próprio, pelo que “a ponderação dos vários produtos e serviços na medição da inflação é determinada em função da média da despesa de consumo do conjunto das famílias”.
Os bens e serviços tidos em consideração para o calculo do indicador tem em conta artigos do dia a dia (como produtos alimentares, jornais e gasolina), bens duradouros (como vestuário, computadores pessoais e máquinas de lavar roupa) e serviços (como cabeleireiro, seguros e renda de casa).
Estes são representados ao longo do ano como um “cabaz” de artigos. “Cada um dos produtos incluídos no cabaz tem um preço, que pode variar com o tempo. A taxa de inflação homóloga é o preço do cabaz completo num determinado mês, comparado com o seu preço no mesmo mês um ano antes”, explica o organismo.
