Ensaio. Tesla Model Y de tração traseira: evolução não dá sinal de parar

E, se há uns anos a Alemanha dominava, hoje a Tesla e a indústria chinesa – com ótimos produtos… e preços – vieram abanar o mercado

Jorge Farromba
Outubro 28, 2025
12:48

Vivemos uma década prodigiosa em que os SUV (e no particular os elétricos e PHEV) dominam as nossas estradas – em detrimento dos sedans e das carrinhas – com promessas de eficiência e performance, itens onde o Tesla Model Y de tração traseira continua a inovar e a surpreender em cada ensaio que realizo.

O Model Y continua a ser, na minha opinião, um paradigma de engenharia, como deu para comprovar neste ensaio, realizado em condições reais, desde as ruas lisboetas às curvas sinuosas da Serra da Arrábida e à autoestrada para o Algarve onde revelou por que não é só um automóvel, mas uma extensão da inteligência humana sobre rodas.

E, se há uns anos a Alemanha dominava, hoje a Tesla e a indústria chinesa – com ótimos produtos… e preços – vieram abanar o mercado.

Este SUV compacto do segmento elétrico, com as suas inovações em IA, quer impor-se como um dos melhores SUV elétrico familiar de 2025, onde encontra rivais como o Hyundai Ioniq 5, o Kia EV6,Ford Mustang Mach-E,Changan, Xpeng, Byd.

Dirigido a um público predominantemente eco-consciente e que curiosamente pode ir dos 25 aos 70 anos (muito interessante estas novas marcas serem adquiridas por consumidores de todas as idades num claro desafio para nós, pessoas do marketing), que valorizam a tecnologia de ponta, a mobilidade sustentável e uma experiência de condução que antecipa as suas necessidades.

Por exemplo, a nova funcionalidade ainda em fase Beta, onde automaticamente o Y aciona o D ou R para manobras em locais apertados! Depois de usar e perceber o sistema não quis outra coisa e procurei forçar o erro! Existe, mas é preciso exagerar e convém recordar que está em aprendizagem.

A estética do Model Y mantém o minimalismo funcional, que se torna usual, tal a quantidade de unidades vendidas, onde com linhas aerodinâmicas que evocam a herança do Model 3, com as portas sem puxadores que se tornaram uma referência entre todas as marcas, o teto panorâmico e as rodas de 19 polegadas Gemini – com as jantes aero, que aumentam a autonomia em até 10% ao reduzir a resistência –, conferem-lhe um ar futurista, mas sem excessos.

No que toca ao comportamento, o Model Y mantém a agilidade que o carateriza e os 299 cv surgem através acelerações lineares e sem exageros, mas com algum cuidado em pisos húmidos (habitual nos tração traseira elétricos).

Durante o meu ensaio, nas curvas apertadas da N18, o chassis rígido e a suspensão um pouco sensível ao piso mantiveram a carroçaria estável. Como nota construtiva referir que, em pisos irregulares, a rigidez da suspensão transmite algumas vibrações ao habitáculo, um ponto que a Tesla poderia futuramente suavizar para públicos mais sensíveis ao conforto puro.

Sentar-me no Model Y é como entrar num cockpit. A ergonomia é intuitiva, o assento do condutor, com regulação elétrica em 12 posições (o traseiro também é rebatível, a partir do ecrã central e no banco), memoriza a minha posição após o primeiro ajuste, e o novo volante mostra que a direção está mais precisa e transmite bom feedback da estrada! Os piscas voltaram à sua posição tradicional (até nisto a marca é interessante do ponto de vista do marketing: o público não gosta e a marca não inventa: retira e avança. Simply clever!)

O conforto é bom para viagens longas; os bancos ventilados e aquecidos mantêm uma temperatura ideal, e o ruído de rolamento, inferior a 65 dB a 120 km/h criam um casulo silencioso.

Num teste de 200 km entre Lisboa e Setúbal, o ar condicionado com filtro HEPA (Bioweapon Defense Mode, uma inovação herdada do Model X) purificou o ar de forma notável, filtrando até partículas de 0,3 mícrons – um pormenor que “salva vidas” em dias de poluição elevada.

A usabilidade do ecrã central de 15 polegadas, controla tudo via interface tátil intuitiva.

Como é o espaço interior? Generoso! E a bagageira?:854 litros, com um frunk de 117 litros e um piso plano que acomoda famílias de cinco passageiros.

A qualidade de construção reflete a evolução da Tesla: painéis sem folgas, qualidade acrescida, melhores materiais, materiais como o couro sintético vegan e os acabamentos em alumínio escovado elevam a qualidade interior para patamares mais premium. A durabilidade é comprovada por proprietários com mais de 100.000 km sem falhas estruturais, segundo relatos nos fóruns.

A genialidade Tesla centra-se também nas inovações constantes – conhecida como estratégia do Oceano Azul e que os meus alunos bem conhecem – e no o papel da IA no Y: inovações que ninguém discute o suficiente mas que se tornam quase sempre referenciais – o Autopilot, potenciado por end-to-end AI – uma arquitetura neural que aprende o raciocínio humano a partir de dados reais, como explicado pelo VP de Engenharia da Tesla Ashok Elluswamy; travagem de emergência automática, manutenção de faixa e câmaras 360º que eliminam ângulos mortos na marcha atrás – durante o ensaio, estas features salvaram-me de um ciclista invisível numa rotunda, processando dados em milissegundos.

Mas o destaque é a funcionalidade beta de mudança automática de velocidades, uma funcionalidade pouco conhecida. Num dia de testes, ao manobrar para um parque em Cascais, o sistema interpretou a minha intenção e selecionou a marcha atrás autonomamente, sem intervenção manual – uma rapidez que ganhou segurança, evitando erros humanos.

“Estas são tecnologias que antecipam as necessidades do condutor”, declara a Tesla no seu site oficial. Além disso, a versão Full Self-Driving (FSD) beta, com visão baseada em câmaras em vez de radar, representa uma economia de 30% em custos de hardware, permitindo atualizações over-the-air que evoluem como um smartphone.

Já o Relatório de Impacto 2024 da marca refere que “com o Model Y, estamos a criar um mundo mais seguro, limpo e agradável, onde a autonomia poupa vidas, tempo e dinheiro”.

Como notas pessoais ou lições do ensaio, referir que com duas décadas de ensaios que tenho, digo-vos que o Model Y não é perfeito – existem sempre pontos a melhorar e a concorrência está presente para isso mesmo – havendo espaço para melhoria ao nível da qualidade dos materiais, ruídos parasitas e da suspensão.

Saí do ensaio com a convicção de que este SUV quer manter o seu caráter “familiar”: prático, inovador e viciantecom preços que começam nos 44.990€

Para quem duvida, experimentem; para os adeptos, é o próximo passo.

Disclaimer:

Esta review do Tesla Model Y foi criada por Jorge Farromba, original e suportada por fontes da marca ou outras verificáveis, como press releases, documentos oficiais, dados de apresentações e relatórios de impacto. Adicionalmente, inclui dados reais, factuais e comprováveis, resultantes dos ensaios efetuados pelo autor.

Esta narração da experiência real é segundo estudos disponíveis, os elementos que os consumidores mais valorizam – priorizando a autenticidade e a factualidade sobre a publicidade da própria marca.

De acordo com dados das consultoras Nielsen e Edelman, 70% dos consumidores confiam mais em recomendações de terceiros (especialistas, influencers ou pares) do que em publicidade oficial.

Este artigo por vezes serve de base para um podcast interativo gerado por IA e que disponbilizo no meu Spotify (posteriormente disponibilizado no Spotify (https://open.spotify.com/show/52Y5ZKp1rJ56bObTJUjpbS?si=ea1b1d5d2dd944b1), ampliando o debate sobre automóveis, IA, inovações e mobilidade sustentável.

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