Embaixador de Israel alerta para aumento de atos antissemitas em Portugal

O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, afirma que tem observado um aumento de atos antissemitas no país nos últimos meses, sublinhando, ainda assim, que confia nas autoridades nacionais para garantir a proteção da comunidade judaica.

Revista de Imprensa
Dezembro 15, 2025
9:42

O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, afirma que tem observado um aumento de atos antissemitas no país nos últimos meses, sublinhando, ainda assim, que confia nas autoridades nacionais para garantir a proteção da comunidade judaica. A declaração surge no contexto do ataque ocorrido na praia de Bondi, em Sydney, durante a celebração do Hanukkah, no qual morreram 16 pessoas e 38 ficaram feridas, num episódio que as autoridades australianas classificaram como um ataque terrorista com alvo na comunidade judaica.

Em declarações ao Expresso, o diplomata reconhece que a realidade portuguesa “não é comparável com a Austrália”, mas considera preocupante que “os atos antissemitas também estejam a aumentar em Portugal”, afirmando que conta “com a polícia portuguesa para proteger os judeus” e manifestando confiança de que essa missão será bem cumprida, embora sem revelar se foram feitos pedidos formais de reforço de segurança.

Oren Rozenblat descreve o primeiro dia do Hanukkah como “um dilema”, por ser simultaneamente um momento de celebração e de luto, lembrando que “judeus foram mortos só porque eram judeus”. O embaixador relata que esteve no Porto numa cerimónia da comunidade judaica local, que decorreu com normalidade, mas reforça que espera que o Governo português continue a assegurar a proteção dos cidadãos judeus.

Como exemplo de episódios recentes em Portugal, o diplomata aponta o caso de um neurocirurgião israelita que terá sido agredido num restaurante em Cascais por funcionários do estabelecimento, há cerca de dois meses, situação que, segundo refere, está a ser investigada. Rozenblat afirma que está em Portugal há pouco mais de um ano e que tem observado “uma onda de antissemitismo por todo o mundo”, sem conseguir explicar as causas, defendendo que “os judeus não deviam sofrer atos de ódio e deviam ser protegidos”.

O embaixador considera ainda que Portugal deveria fazer mais no combate ao antissemitismo, lembrando que o país adotou a definição internacional do fenómeno e defendendo que certas palavras de ordem, como “Libertem a Palestina”, devem ser analisadas, por entender que podem representar “um pedido de destruição do Estado de Israel” e, como tal, constituir antissemitismo. Ainda assim, deixa uma mensagem simbólica de resistência ao afirmar que “os terroristas não vão apagar a luz”, numa referência ao Festival das Luzes.

O ataque na Austrália gerou uma onda global de condenações, com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a manifestar horror perante o ataque contra famílias judaicas, posição acompanhada pela Autoridade Palestiniana, pelo Irão, por vários países árabes, pelos Estados Unidos e por líderes europeus. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que o ataque é encarado por Israel como uma consequência da “onda de antissemitismo” que tem marcado a Austrália nos últimos dois anos, reforçando o alerta internacional para o agravamento dos atos de ódio contra comunidades judaicas.

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