Mário Vaz, Vodafone Portugal: As maiores mudanças na Gestão em Portugal

1. Quais os grandes desafios ao nível da Gestão, nestes últimos 15 anos?

15 anos é muito tempo na história das empresas, especialmente no sector das telecomunicações, onde tudo acontece a uma velocidade vertiginosa. Certo é que nesta última década e meia, tal como nos 13 anos anteriores, a Vodafone Portugal tem sido um inegável agente dinamizador do sector das telecomunicações móveis português e uma das empresas que mais contribuiu para o tornar num dos mais dinâmicos e mais desenvolvidos a nível europeu e mundial, criador de emprego, estimulador da economia e da qualidade de vida dos portugueses.

Às necessárias adaptações estratégicas somaram-se inúmeras evoluções tecnológicas, o lançamento de produtos e a disponibilização de serviços inovadores, tanto para as famílias, incluindo para os mais jovens, como para as empresas.

A título de curiosidade, há 15 anos, em 2006, a Vodafone foi o primeiro operador português a disponibilizar telefones de 3G Banda Larga, também designada por 3.ª Geração e Meia (3,5G). Nesse mesmo ano, estreou-se também no mercado residencial, com o lançamento da Vodafone Casa, uma oferta muito competitiva de telecomunicações de voz e dados, destinada a substituir o tradicional telefone de casa, incluindo também soluções de acesso à internet.

Hoje – à data da realização desta entrevista –, decorre o leilão do 5G e a Vodafone está já preparada para o lançamento da tecnologia móvel que permitirá “Reimaginar tudo”. Paralelamente, somos o operador que não só democratizou o acesso ao serviço fixo de última geração, como cobrimos 3,7 milhões de lares e empresas, sendo quem mais quota de mercado conquista.

Podemos afirmar que no universo da Vodafone Portugal os desafios têm sido ultrapassados. Por sua vez, os principais atributos de diferenciação mantêm-se: inovação, orientação para os clientes, qualidade do serviço, consistência dos valores da marca e apoio à comunidade. E os colaboradores e parceiros continuam a ser o pilar essencial para a concretização desta nossa estratégia. Nas empresas é inquestionável a evolução registada em alguns sectores de actividade, a excelência de alguns centros de investigação e inovação, a capacidade competitiva de muitas empresas e a qualidade de serviço de inúmeras organizações.

Nestes últimos 15 anos ocorreram significativas alterações nas estratégias, nos processos, na cultura e na liderança e, obviamente, na oferta de produtos e serviços. Os interesses e os padrões de consumo também mudaram radicalmente. Basta recordarmos que, por exemplo na área tecnológica, o primeiro iPhone da Apple ou o primeiro smartphone com Android nasceram já depois do (re)lançamento da Executive Digest em 2006.

E se no arranque deste século já estávamos a iniciar o caminho para uma nova revolução industrial – a digital, mas também civilizacional e cultural –, neste último ano de pandemia avançámos numa conversão digital sem paralelo e com alterações “forçadas”, algumas das quais já se afiguram como irreversíveis.

Uma coisa é certa, na Vodafone Portugal estamos comprometidos com o País para conectar as empresas e as famílias para um futuro melhor, continuando a escrever a história das telecomunicações em Portugal e a liderar na satisfação dos clientes.

2. Que principais mudanças nas empresas, e no seu sector em particular?

No (re)lançamento da Executive Digest, em 2006, ocupava a posição de Director da Unidade de Negócios Particulares e estava muito próximo de celebrar precisamente 15 anos no universo Vodafone.

Hoje, ao fazer esta retrospectiva, identifico sobretudo dois grandes desafios macro, sem prejuízo de outros igualmente relevantes: o da imprevisibilidade e o da reinvenção.

O primeiro prende-se com uma análise mais macro, uma vez que atravessámos três crises de elevada magnitude em apenas uma década e meia: a crise financeira internacional com epicentro nos EUA – do subprime – em 2007 que rapidamente se estendeu à economia mundial e à qual Portugal não escapou; a crise das dívidas soberanas que culminou com um pedido de regaste externo há precisamente 10 anos; e a inesperada crise de saúde pública, social e económica que surpreendeu e assombra o mundo há um ano.

A imprevisibilidade – quer na gestão empresarial e na financeira, quer na governamental – tem sido um desafio ao nível da gestão particularmente exigente.

Do outro lado do barómetro, é nas crises que surgem oportunidades, pelo que o desafio da reinvenção tem sido uma tábua de salvação ou uma alavanca de crescimento para muitas organizações.

Paralelamente, temos assistido a alterações cada vez mais aceleradas e significativas nos paradigmas vigentes dos modelos de produção, de comercialização, de trabalho, de socialização, de educação e de entretenimento, os quais ganham também o rótulo de desafio para os próximos anos.

3. Em que medida é que a Executive Digest serviu de “ferramenta” para os gestores portugueses?

Mais do que uma “ferramenta”, a Executive Digest é, tal como se posiciona própria revista, uma “leitura indispensável para gestores”. É uma marca que, ao longo da última década e meia, percorreu o seu caminho e tem hoje uma consolidada e respeitada posição no panorama da imprensa nacional.

É uma publicação com uma equipa que se informa para poder informar em permanência um público muito alargado nas várias plataformas em que está presente sobre um vasto leque de temas; entrevista e recolhe testemunhos para testemunhar passado, presente e futuro, não só nacional como internacional; e recolhe opinião para ajudar a criar a opinião pública. Acresce um conjunto de outras iniciativas, tais como fóruns, surveys e conferências anuais, as quais são um já um incontornável barómetro da actualidade ao nível da gestão.

A Executive Digest celebra o seu aniversário no mês em que assinalamos os direitos e liberdades que o sistema democrático firmou. Não posso, por isso, deixar de salientar a importância da identificação com os valores da democracia, a defesa do pluralismo de opinião, a independência face a terceiros e a salvaguarda do espaço privado, enquanto pilares essenciais no estatuto editorial da Executive Digest e do Grupo no qual se insere.

Neste momento comemorativo para a Executive Digest, endosso os meus parabéns e reconhecido agradecimento a toda a equipa editorial e de gestão pelo trabalho desenvolvido nestes últimos 15 anos. Parabéns Executive Digest. Together We Can.

Este artigo faz parte do Tema de Capa publicado na Revista Executive Digest n.º 181 de Abril de 2021

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