Vila Galé: Inovação energética

A sustentabilidade e a preocupação com o ambiente sempre foram centrais na definição de estratégias na Vila Galé. Por exemplo, o primeiro hotel com certificação energética surgiu em 2009. Podemos também referir os três eco-hotéis (Vila Galé Albacora, em Tavira; eco resort de Angra e eco resort do Cabo, ambos no Brasil) que fazem hoje parte do portefólio. Nesta lógica, estão constantemente atentos às melhores formas de modernizar e optimizar as unidades e projectos, de modo a que sejam cada vez mais eficientes. «Naturalmente, as oportunidades que a evolução tecnológica trouxe na última década, têm facilitado toda esta transição, que é hoje transversal a todos os hotéis. Recentemente, finalizámos a instalação de parques de painéis fotovoltaicos em quatro hotéis em Portugal e estamos a desenvolver outro no Alentejo, para alimentar o lagar e a adega onde produzimos os vinhos e azeites Santa Vitória, na herdade onde temos o Vila Galé Clube de Campo, que permita também suprir as necessidades do hotel. Estamos ainda a avaliar a hipótese de projectar um bairro solar, em Oeiras, na nova sede do grupo, com o intuito de criar uma comunidade de energia renovável de produção local», explica Reinaldo Silhéu, director de Qualidade, Ambiente e Segurança do Grupo Vila Galé.

O grupo reconhece que existem muitos desafios ligados à pegada ambiental e destaca três que se coadunam com as suas prioridades: manter uma procura constante de inovação que lhes permita ser mais eficiente; garantir uma aquisição consolidada de energia limpa; e promover a sustentabilidade ambiental e social através de uma comunicação interna e externa – clientes, parceiros e fornecedores – sobre os compromissos assumidos e estarem juntos nesta caminhada.

Associado a estes desafios existem oportunidades, ligadas à evolução da própria legislação e linhas de apoio ao investimento, assim como, modelo produtivo alicerçado na economia circular.

E como é que o grupo trabalha para reduzir activamente a pegada ambiental? «O grupo tem vindo a introduzir procedimentos e políticas que passam por, por exemplo: reduzir/eliminar o consumo de plástico de utilização única e de papel, substituindo-os, respectivamente, por itens de diferentes materiais e optando por recorrer a ferramentas tecnológicas – novos hardware e software, melhoria da rede de internet, recurso a dispositivos móveis – que permitem aos hotéis ser plastic e paper free. Temos recorrido também à inovação energética através da instalação de painéis solares nos hotéis, por exemplo para aquecer águas prediais e das piscinas interiores. Com efeito, investimos constantemente na aquisição de energia verde de modo a reduzirmos a pegada de carbono associada ao consumo de combustíveis fósseis. Reaproveitamento de águas, melhoria dos sistemas de rega de baixo consumo, instalação de sistemas de controlo centralizados dos equipamentos para aquecimento, ventilação e ar-condicionado, optimizando a climatização e o funcionamento dos aparelhos e uma eficaz gestão de resíduos também fazem parte da estratégia», sublinha o director de Qualidade, Ambiente e Segurança.

A mobilidade eléctrica é outra das grandes apostas, através da instalação de postos de carregamento de veículos nos hotéis Vila Galé em Portugal. Associado a todas estas medidas existe um foco muito grande na formação contínua de todos os colaboradores ao nível das boas práticas ambientais, que permite garantir que o tema está sempre presente em todas as acções desenvolvidas no quotidiano de funcionamento do grupo.

MISSÃO

O objectivo do grupo é reduzir o consumo energético em cerca de 2% nos próximos anos, tendo em conta os investimentos previstos. Cada vez mais os clientes valorizam o compromisso com a sustentabilidade e se preocupam com a redução da sua própria pegada, o que acaba por ter impacto nas suas escolhas de viagem e alojamento. Por isso, estão bastante comprometidos em procurar constantemente inovação e maior eficiência, consolidar a aquisição e o recurso a energia limpa e promover a sustentabilidade ambiental, passando mesmo por introduzir o tema nas actividades dos resorts com crianças e adultos.

«Com a introdução de cada vez mais tecnologia e de boas práticas, conseguimos ir aproximando-nos das nossas metas que passam sobretudo por usar equipamentos cada vez mais eficientes, formar continuamente os colaboradores sobre as melhores práticas, assim como partilha de informação com os nossos clientes sobre como todos podemos contribuir para gerar uma menor pegada. Pretendemos também consolidar as reduções que já temos vindo a registar. No último ano, a redução do resíduo plástico/hóspede foi de cerca de 5%, já o de papel foi de 7%», afirma Reinaldo Silhéu.

Sobre o investimento, nas duas últimas unidades a abrir em Portugal (o Vila Galé Collection Alter Real, em Alter do Chão, e o Vila Galé Serra da Estrela, em Manteigas), rondou os 300 mil euros em solar térmico e sistemas centralizados de controlo energético e de aquecimento, ventilação e ar-condicionado. No Brasil, nas centrais fotovoltaicas, registou-se um investimento conjunto na ordem dos 9,8 milhões de reais. Neste sentido, o grupo vem a trabalhar para reduzir a pegada ambiental muito antes da pandemia.

Ainda assim, e apesar de não ter sido possível avançar com alguns processos tão rápido quanto pretendiam, toda a situação veio reforçar a importância desta aposta e de analisar criteriosamente todas as decisões, olhando para os processos de poupança e os pagamentos do investimento a longo prazo. «Por exemplo, convidamos os nossos colaboradores e clientes a participar em acções ligadas ao meio-ambiente, como limpeza de praias ou de zonas verdes. Também convidamos os nossos hóspedes a contribuir para a sustentabilidade através da poupança de água e energia e consciencializando-os para as medidas existentes nos hotéis, incluindo aos mais novos. Através das personagens da família NEP (mascote dos kids clubs da Vila Galé), estimulamos para que todos tenhamos uma estada mais amiga do ambiente. A Vila Galé também é parceira activa em vários estudos e trabalhos científicos que visam medir e projectar optimizações tanto ao nível dos edifícios, como ao nível dos comportamentos de laboração e de gestão», afirma o director de Qualidade, Ambiente e Segurança.

Uma frase que o Vila Galé utiliza frequentemente é “fazer mais com menos” traduzindo-se em eficiência. «Ao fim ao cabo, para optimizarmos o nosso uso da energia, passa muito por aí. Sem dúvida, temos que adquirir energia mais limpa, investir em produção de energia, ter edifícios e equipamentos mais eficientes, no entanto, para ligarmos tudo isto é necessário continuarmos a investir no desenvolvimento de processos com menos desperdícios e mais eficazes, passando muito pela transição digital, automação, robótica e qualificação dos recursos humanos», conclui Reinaldo Silhéu.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da Pegada Ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 187) da Executive Digest.

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