Uma multinacional inovadora com “alma portuguesa”
A história do Grupo JABA começou em 1927, na então pequena Farmácia Universal, em Lisboa, pela mão do farmacêutico José António Baptista d’Almeida (J.A.B.A.). Inicialmente, a empresa dedicava-se à actividade de farmácia e ao comércio de especialidades farmacêuticas, o desejo de ir mais longe na área da Saúde fez com que, decorridos quase 80 anos se tenha transformado num Grupo diversificado, de capital exclusivamente nacional.
«Adquirimos cariz nacional mas sempre propriedade da fa- mília Batista de Almeida, sendo que passámos a multinacional com a aquisição pelo Grupo Recordati em 2006, grupo contemporâneo da JABA, fundado em 1926 também numa pequena farmácia em Itália. Apresentamo-nos assim como uma compa- nhia multinacional inovadora (Recordati Group) com “alma Portuguesa” que proporciona mais e melhor vida aos nossos cidadãos», esclarece Nelson Ferreira Pires, director-geral e membro do board da Recordati Reino Unido, Irlanda e Portugal.
«Proporcionar a melhor tecnologia de saúde aos cidadãos e aos técnicos de saúde, seja inovação disruptiva ou inovação incremental, que garanta mais e melhor vida», partilha a estratégia da companhia que está presente em inúmeras áreas terapêuticas: cardiovascular, urologia, dor, sistema nervoso central e OTC, nas áreas de cuidados primários e doenças raras.
OS TRUNFOS DO MERCADO FARMACÊUTICO NACIONAL
Portugal representa 3,7% do grupo Recordati a nível mundial com um nível de facturação de cerca de 45 milhões de euros, sendo a 16.ª companhia do ranking nacional, em 200. «Somos líderes de mercado em diversos segmentos, nomeadamente no tratamento do colesterol e HBP. Nunca efectuámos um downsizing de estrutura de Recursos Humanos e temos índices de satisfação e felicidade internos, elevadíssimos.» Tudo isto num mercado que cresce anualmente, em média, 6%.
Sendo que para 2019 a companhia pretende crescer acima do mercado. Aliás, como reforço da importância da filial nacional e do reconhecimento pelo grupo Recordati da capacidade de gestão de Portugal, Nelson Ferreira Pires director-geral e administrador da Jaba Recordati Portugal há 2 anos, acumulou a direcção da filial do Reino Unido e da República da Irlanda em 2017. O segredo, diz, está nos três P: Produtos, Processos e Pessoas. «Temos os melhores Produtos, nos mercados onde estamos presentes e queremos estar sempre no top do ranking.
Têm de ser produtos diferenciadores e com valor terapêutico acrescentado ou incremental face aos produtos existentes. Temos os melhores processos, seja a nível interno ou externo. A título de exemplo, utilizamos ferramentas de crowdsourcing para alinhar as nossas estratégias de marketing no lançamento de crowdsourcing. Uma metodologia inovadora que potencia a nossa visão, com a visão do mercado e dos clientes.
Temos as melhores Pessoas, motivadas, dedicadas, profissionais, éticas, ambiciosas e focadas em poder concretizar a nossa visão: proporcionar mais e melhor vida!», garante. Aos três P, que distingue a companhia da maioria da concorrência, acresce a «agilidade, flexibilidade, assertividade, capacidade de antecipar problemas e oportunidades e, acima de tudo, capacidade de decisão local». A companhia investe todos os anos cerca de 10% dos seus resultados em investigação de novas moléculas, sendo que em Portugal, no ano passado, investiu mais de 1 milhão de euros em I&D em Portugal.
«Investimos mais de 10% do nosso turnover em formação pós-graduada dos nossos técnicos de saúde; investimos um valor elevado na formação dos nossos colaboradores, bem como proporcionamos condições acima da média do mercado. Por isso mesmo, temos sido regularmente reconhecidos a nível nacional e internacional, por sermos uma companhia com as melhores práticas, quer de gestão dos Recursos Humanos, quer ao nível de comunicação dos nossos produtos», detalha Nelson Ferreira Pires, que tem como intenção continuar a investir em Portugal e a manter a filial portuguesa autónoma em termos de gestão.
As ambições, a que o director-geral chama de realistas, são as seguintes: «manter a liderança nos segmentos terapêuticos onde está presente; lançar com sucesso dois produtos novos até ao final do ano, que irão proporcionar ganhos de saúde acrescidos aos cidadãos nas áreas da esquizofrenia e hipertensão; manter os índices de felicidade internos; preparar o lançamento de dois novos produtos em 2020; manter a posição de importância dentro do Grupo Recordati através da prossecução dos nossos objectivos financeiros e económicos mas acima de tudo, sentirmos que estamos a acrescentar mais e melhor vida aos nossos cidadãos; melhor vida aos nossos colaboradores; mais e melhor contributo à SNS e à economia Portuguesa.» Nelson Ferreira Pires diz ter as bases consolidadas para continuar a atingir o potencial total da organização.
«Penso que manter os índices motivacionais elevados é uma tarefa difícil, mas temos a equipa de direcção certa. Por outro lado, com regras claras, ambiente de justiça interna, proporcionamos oportunidades de carreira interna regularmente, remunerações acima da média e tentamos surpreender sempre a nossa equipa. Não somos uma família nem temos ambição semelhante, mas somos uma organização de pessoas pensada para as pessoas.» A companhia está também prestes a lançar novos medicamentos na área do sistema nervoso central e no tratamento de doenças raras. E está a integrar a inteligência artificial no processo de decisão a nível mundial.
«Queremos entregar sempre a melhor experiência de compra aos nossos cidadãos (com os melhores produtos), entregar aos nossos accionistas o valor pelo seu investimento e pela manutenção do mesmo, aos técnicos de saúde e parceiros científicos a segurança de que estão sempre confiantes por estar a utilizar os melhores produtos, aos nossos parceiros comerciais uma relação equilibrada e justa, aos nossos colaboradores (são 132 em Portugal e mais de 4000 em todo o mundo) e suas famílias, garantir que os seus índices de felicidade e satisfação (emocional e financeira) está garantida pela sustentabilidade do nosso projecto.
À sociedade, devolver tudo o que de bom nos proporciona, seja em responsabilidade social, seja em respeito pelo meio ambiente, seja mais emprego, seja em investimento no País, seja em colaboração e contribuição para o SNS.» Hoje, Nelson Ferreira Pires sente que há uma maior dificuldade para surgirem novos medicamentos para tratamento das ditas “grandes doenças, que afectam muitos cidadãos”, como a hipertensão, o colesterol, ou diabetes.
«A inovação está verificar-se mais em doenças que tratam menos doentes, o que aumenta substancialmente o custo da I&D e portanto o preço dos medicamentos. Por outro lado, acompanhar a expectativa de longevidade que os medicamentos (associado claro, à melhoria do conhecimento pelos técnicos de saúde e dos meios de diagnóstico) proporcionaram aos cidadãos. Se dantes morríamos aos 50/60 anos, agora a esperança média de vida está acima dos 80 anos em Portugal.» As prioridades do Grupo para 2020? «Continuar a implementar a nossa visão e continuar a crescer de forma orgânica mas também através da aquisição de novos produtos e companhias em todo o mundo», acrescenta.