PRIO: “Queremos ser líderes na transição energética acessível”

A PRIO oferece soluções abrangentes para a descarbonização, desde biocombustíveis avançados até à promoção da mobilidade eléctrica. Em entrevista à Executive Digest, Luís Nunes, COO da PRIO Supply e membro da Comissão Executiva, explica como é que a empresa encara a sustentabilidade como oportunidade e componente essencial do negócio e forma de actuação.

Até 2050, o mundo estará a consumir mais energia eléctrica. Nessa altura, a descarbonização e a electrificação serão palavras de ordem. Nesse sentido, quais os principais desafios para o sector da Energia e qual o papel da PRIO na aceleração da transição energética?

Para a PRIO é claro o papel que queremos ter: queremos ser líderes da transição energética acessível. Acreditamos que o que diferencia a PRIO é conseguirmos oferecer soluções abrangentes para a descarbonização, desde biocombustíveis avançados até à promoção da mobilidade eléctrica, sempre fiéis ao mesmo princípio de que queremos entregar aos clientes soluções de qualidade, mas também acessíveis. Quando pensamos em 2050, não pensamos numa data longínqua. Na verdade, a descarbonização é já uma palavra de ordem nos dias de hoje. Sabemos que ainda há muito caminho pela frente até chegarmos à ambicionada neutralidade climática em 2050, mas estamos conscientes que este futuro mais ecológico, a que todos enquanto sociedade devemos ambicionar, tem de ser trilhado no presente. Em 2050, teremos de estar em neutralidade carbónica, e sim, mais energia eléctrica, mas não só, também mais energia líquida verde, e o principal desafio é desenvolver essas diferentes energias de forma eficaz e económica.

Como é que uma empresa como a PRIO se está a adaptar à mudança de paradigma da Energia no Mundo?

A PRIO tem uma vantagem: ainda é jovem enquanto energética. Nascemos há 17 anos e já num contexto em que a sustentabilidade já era uma realidade para o futuro do sector. Não vemos a transição energética como um obstáculo porque sabíamos desde o início que, para vingarmos no sector, teríamos de ter um papel activo nessa mesma transição. É algo que está no nosso ADN e é uma das razões pelas quais fomos pioneiros na mobilidade eléctrica, enquanto apostámos, continuamente, em melhorar o nosso centro de produção em Ílhavo com o intuito de entregarmos produtos cada vez mais ecológicos e eficientes.

Na vossa opinião, quais os principais desafios da empresa para combater as alterações climáticas e melhorar a segurança energética?

Não olhamos para a sustentabilidade ou a segurança como desafios, mas como oportunidade e componente essencial do nosso negócio e forma de actuação. As alterações climáticas são um desafio colectivo, mas temos consciência que sectores essenciais como o da energia e transportes têm um papel mais ambicioso a desempenhar, por serem indústrias com uma pegada carbónica mais significativa. Para nós o que é relevante é que o quadro legal seja claro e justo para os operadores actuarem em concorrência leal. Depois há que ter consciência que este desafio da descarbonização é complexo, que não há soluções milagrosas que mudem o paradigma da noite para o dia e que a transição energética não pode ser feita à custa da perda de competitividade da economia.

Qual é o compromisso da PRIO em relação à redução das emissões de carbono associadas aos seus produtos e operações?

A PRIO tem um compromisso sólido com a redução das emissões de carbono associadas aos seus produtos e operações. Estamos empenhados em liderar a transição para uma economia mais verde e sustentável, procurando sempre minimizar o impacto ambiental da nossa actividade, não só de forma directa, mas também nas soluções que oferecemos aos nossos clientes, como por exemplo, a possibilidade de em conjunto analisar as necessidades da sua frota e desenvolver uma gama de produtos adaptada à sua realidade. Temos clientes a utilizar na sua frota um mix de produtos que conjuga a Mobilidade Eléctrica, ECO Diesel (B15), ZERO Diesel (B100 ou XTL) e também o FLEX Diesel, um produto desenvolvido pela PRIO, com incorporação personalizada de energia renovável, à medida de cada empresa. Na PRIO temos perfeita consciência que a descarbonização não pode acontecer só no produto final, mas em toda a cadeia de valor, para tal, temos feito investimentos significativos em tecnologias e em processos de produção, onde a inovação tem um papel essencial. Neste aspecto, a inovação tem tido, e continuará a ter, um papel essencial. Ao longo dos anos temos desenvolvido no nosso complexo Novas Energias – o nosso centro de produção em Ílhavo – capacidade industrial com o intuito de entregar não apenas produtos cada vez mais ecológicos e eficientes, mas também reforçando a economia circular em toda a produção.

Como é que a PRIO está a colaborar com outras empresas, instituições ou governos para promover a eficiência energética em larga escala?

O trabalho em parceria é componente integral do nosso negócio. Nem poderia ser de outra forma dada a complexidade e urgência que a transição energética merece. É por essa razão que colaboramos com instituições de ensino superior no âmbito de inovação e investigação. Um exemplo é um projecto que temos em curso com a Universidade de Aveiro para o estudo e preservação das pradarias marinhas na Ria de Aveiro, que pode permitir de forma natural captura de carbono. Temos projectos em colaboração com diferentes empresas com o intuito de promover a eficiência energética, como o protocolo estabelecido com a Portway, do grupo Vinci, e a Beyond Fuels para a utilização de energia renovável nas viaturas pesadas de transporte de passageiros e dos GPUs (Ground Power Unit) no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, uma medida que permitirá reduzir as emissões de CO2 em 1000 toneladas, nos próximos dois anos. Estabelecemos também parcerias com diferentes autarquias para a utilização de ECO Diesel, temos o nosso próprio desafio a startups, o JumpStart, onde todos os anos promovemos a sustentabilidade e inovação, assegurando aos vencedores financiamento e a possibilidade de testarem os seus projectos-piloto em ambiente real dentro da PRIO. Além do mais, procuramos ter também um papel activo na promoção de boas práticas, quer em colaboração com diferentes associações, quer em acções junto de públicos mais jovens, com o intuito de promover a sustentabilidade, como por exemplo alertando para a importância da reutilização de óleos alimentar usados.

Qual é a vossa política em termos de sustentabilidade e os objectivos a atingir?

A sustentabilidade é um pilar fundamental da nossa estratégia empresarial. Estamos comprometidos em promover práticas sustentáveis em todas as áreas do nosso negócio e os progressos que temos feito ao longo dos anos revelam que esta tem sido uma aposta certeira. Como parte do nosso compromisso com a transparência e a responsabilidade corporativa, monitorizamos regularmente o nosso desempenho em termos de sustentabilidade e reportamos publicamente os nossos progressos. Temos a nossa própria agenda climática que vai sendo actualizada ao longo do tempo para garantir que continuamos a fazer avanços significativos na nossa jornada rumo à sustentabilidade.

Como antevê o futuro do mercado da energia, que passará certamente por várias fontes?

Na PRIO entendemos que a transição energética não pode ser alcançada através de uma abordagem unilateral ou na aposta numa única solução. Acreditamos naquilo a que chamamos de mix energético. A mobilidade eléctrica, por exemplo, tem um papel cada vez mais importante. Mas não é expectável que todos os países, ou todas as comunidades, possam fazer esta transição sem levar em conta a respectiva realidade. O sucesso que temos tido com o nosso ECO Diesel, que chegou ao mercado particular no ano passado, é revelador da necessidade de trabalharmos com várias soluções diferenciadas em simultâneo. Uma coisa é clara, especialmente quando pensamos nas ambições da neutralidade climática em 2050: este é um sector em transformação com um objectivo claro. Mas para chegarmos a essa ambiciosa meta, temos de ser capazes de nos adaptar e inovar constantemente. É um futuro desafiante para o sector, mas também muito estimulante. Na PRIO temos consciência do papel de liderança que queremos ter neste caminho.

Qual é a importância da energia solar para a PRIO?

Toda a electricidade que vendemos para a mobilidade – somos um dos pioneiros e dos principais players em Portugal na mobilidade eléctrica – é electricidade 100% verde. Sendo assim naturalmente a energia solar e eólica são as principais fontes da electricidade que vendemos.

Na última década também já investimos em painéis solares em vários postos de abastecimento. Cerca de 50% das nossas estações de serviço próprias estão equipadas com painéis fotovoltaicos, que produzem energia equivalente ao consumo de cerca de 600 famílias, evitando a emissão de mais de 100 toneladas de CO2, por ano para a atmosfera. Ao mesmo tempo, já avançámos para a instalação de painéis solares no nosso centro de produção e parque de tanques em Ílhavo, reforçando assim o uso de energias renováveis. Aqui e de forma inovadora, temos painéis solares fotovoltaicos aplicados em grande parte das estruturas e edifícios, mas também em tanques de combustível, permitindo a ocupação de grandes áreas solares através da utilização de tecnologia inovadora, garantindo segurança na sua instalação.

O consumidor português é cada vez mais sensível quanto à qualidade dos combustíveis?

Acreditamos que sim. Na PRIO desenvolvemos e entregamos combustíveis que cumprem as melhores práticas da indústria e os mais elevados padrões de qualidade. Para isso temos, no nosso complexo Novas Energias no Porto de Aveiro um laboratório, equipado com tecnologia de ponta que garante que a qualidade dos produtos comercializados esteja nos níveis mais exigentes.

Actualmente as pessoas são cada vez mais atentas às questões da sustentabilidade e os sinais que as gerações mais novas nos dão é que essa exigência continuará a aumentar. Isto não deve ser visto como um problema, mas como uma responsabilidade adicional. O que sabemos também é que a qualidade não é o único atributo presente no momento de compra. É por essa razão que a nossa aposta tem passado sempre por entregar produtos que são simultaneamente mais ecológicos e eficientes, mas também mais económicos, seja pelos preços competitivos que praticamos, seja por essa eficiência representar maior longevidade nos quilómetros percorridos e nos motores dos veículos. Quando assumimos que queremos ser líderes na transição energética acessível, é precisamente porque temos consciência de que é importante que existam opções no mercado que permitam que todos, à sua maneira, possam contribuir desde já nesta missão colectiva da descarbonização.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Ecologia, eficiência energética e energias renováveis”, publicado na edição de Abril (n.º 217) da Executive Digest.

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