Nova SBE: Formação ao longo da vida

Marta Pimentel, Executive Education director da Nova SBE, explica como os programas ajudam os gestores a adquirir novas ferramentas para liderar as suas organizações de uma forma mais ágil.

A oferta da Nova SBE tem evoluído para garantir uma trajectória de aquisição de conhecimentos ao longo da vida. Com ciclos de mudança cada vez mais curtos, estão bastante focados em duas dimensões: no upskilling e no reskilling. Nesse sentido, o que difere um MBA de um Mestrado Executivo?

Ambos os programas pressupõem uma experiência profissional anterior, de cinco a 10 anos. O MBA (Master Business Admnistration) é mais focado na área de Gestão, tem habitualmente a duração de um ano, se for feito em regime full-time, mas pode durar até dois anos em part-time, e é importante referir que não confere necessariamente o grau de Mestre (existem alguns que concedem o grau com a realização de uma tese, mas em muitos regista-se apenas o título de MBA). Os mestrados executivos são novas modalidades de programas de consolidação e de upskilling de competências – têm uma duração mais curta, de um ano, sendo que esse período está dividido em parte lectiva e tese. Assim, em apenas dois semestres, o participante adquire o grau de Mestre. Estes mestrados normalmente são especialistas e surgiram da nova dinâmica de formação ao longo da vida, com objectivo de actualizar ou permitir a aquisição de novas competências.

A que tipo de profissionais são direccionados os MBA e os Mestrados Executivos?

Quer os MBA como os Mestrados Executivos são dirigidos ao mesmo tipo de profissionais. Ou seja, pessoas que têm no mínimo cinco a sete anos de experiência profissional e que estão interessados em manter os seus currículos e competências actualizados. O MBA é um programa de gestão mais geral e, por isso, costuma ser procurado por executivos de áreas diversas, que não necessariamente da área de Gestão. Já os Mestrados Executivos, mesmo que sejam para participantes com algum nível de senioridade de carreira, podem focar-se no desenvolvimento mais aprofundado de competências de Gestão, ou ser mais especialistas, desenvolvendo um determinado tipo de competência. Normalmente, são mais dirigidos para o desenvolvimento de competências específicas. Por isso, o nível de senioridade dos participantes é equivalente, mas os objectivos de carreira são distintos.

Qual a vossa oferta ao nível dos Mestrados Executivos e como é a procura por parte dos formandos?

A oferta da Nova SBE tem duas grandes ramificações. O Mestrado de Gestão Avançada, que é para profissionais mais sénior – na faixa dos 20 anos de carreira profissional – que tem por objectivo fazer uma actualização das competências de gestão (esta área tem sofrido muitas mudanças em anos recentes, desde a análise de dados até à Inteligência Artificial ou ao RGPD). Temos também quatro mestrados executivos mais especialistas, que foram criados para desenvolver competências específicas, nas áreas da Liderança, Inovação & Empreendedorismo, Marketing & Estratégia, e Finanças & Mercados Financeiros. Nestes quatro programas, os participantes costumam ter um perfil mais júnior, mas com experiências profissionais de cinco a sete anos.

E em relação aos programas avançados, qual a melhor forma de uma pessoa escolher um destes?

Os programas avançados pressupõem um avanço no conhecimento e podem ter diversos formatos: pós-graduações, mestrados, mestrados executivos ou MBA. Procuramos, habitualmente, estes programas para adquirir competências que ainda não dominamos completamente ou outras que precisamos de adquirir no contexto de mudança actual, como por exemplo Inteligência Artificial, inovação ou data analytics. Para tal, é preciso ter tempo para aprender um novo conteúdo, poder aplicá-lo e testar se adquiri essa competência.

Nesse sentido, o primeiro critério para decidir por um programa avançado é perceber se existe este balanço entre teoria e prática. Também significa que é necessário ter tempo, porque estes programas tendem a durar vários meses ou anos, podendo ser feitos de uma só vez ou num conjunto de etapas.

Quais os programas que têm tido maior adesão e em que áreas querem apostar mais?

De forma geral, os programas que têm mais procura são os que abordam temas de Gestão, como o Mestrado Executivo de Gestão Avançada e os programas intensivos nesta área, porque estão focados no desenvolvimento de um maior número de pessoas. Para os profissionais de uma organização ou empreendedores que exercem funções executivas, a componente de Gestão é um pilar central da sua missão. Além destes, vemos um grande crescimento da procura de programas que se foquem em tecnologia e em Inteligência Artificial, que vem acompanhado de todo o processo de desenvolvimento das áreas da Inovação e do Empreendedorismo.

Além de programas individualizados, também oferecem a possibilidade de programas personalizados para empresas. As empresas procuram algo mais customizado para sua organização?

Procuram os dois formatos de programa, dependendo muito das suas necessidades do momento. Os programas customizados são muitas vezes procurados para desenvolver sistemicamente – ou seja, num maior número de colaboradores – uma competência nova de que a empresa necessita. Acontece, especialmente, para adquirir novas competências. São muito eficazes para o processo de desenvolvimento e alinhamento organizacional, pois gera-se a oportunidade de colocar os colaboradores juntos, fora da rotina diária, para reflectirem sobre os desafios da organização. Já os programas abertos têm muitas vezes a missão de desenvolver algum talento ou competência específicos que não sejam transversais à organização, mas sim ao colaborador. Os programas abertos muitas vezes têm dois objectivos complementares interessantes: o benchmarking, porque, ao conhecer pessoas de diversas organizações, o participante é capaz de perceber as boas práticas que estão a acontecer noutras organizações, e a retenção de talentos. Como sabemos, hoje o currículo é uma peça fundamental da carreira e os programas abertos permitem ter uma prova de que essa competência foi adquirida numa boa escola.

Em relação ao formato de aprendizagem, qual o preferido pelos formandos? Presencial ou online? E, na vossa opinião, a aprendizagem online tem futuro ou os formandos preferirão mais o presencial?

A aprendizagem online veio para ficar. É uma modalidade de desenvolvimento que cria uma enorme flexibilidade e a possibilidade de aprendizagem em qualquer momento, em qualquer lugar. Tem também uma vantagem acrescida se pensarmos nas emissões de carbono, porque permite que, sem grandes deslocações, se aprendam os conteúdos essenciais. No entanto, acredito que o mundo será muito mais blended – existem determinados conhecimentos e formas de aprender nos quais a interacção entre pares é essencial, por isso, é imperativo que ainda exista o ensino presencial. Mas existem outros tipos de conteúdos e conhecimentos que, em determinados momentos da vida, permitem um ensino mais simplificado, e aqui o online é rei. Por isso, diria que a grande perspectiva futura é existir uma flexibilidade dos diversos formatos de aprendizagem.

» Marta Pimentel, Executive Education director da Nova SBE

Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-graduações & Formação de Executivos”, publicado na edição de Setembro (n.º 222) da Executive Digest.

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