ISCTE Executive Education: Olhar mais longe
O Iscte Executive Education está entre as 95 melhores escolas de gestão da Europa, segundo o “Financial Times European Business Schools 2022”. Com uma subida de 10 posições, a escola de gestão do Iscte ocupa agora o 67º lugar, sendo a instituição portuguesa que mais ascendeu na classificação. Esta distinção, nas palavras de José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education «significa trabalho. Trabalho de equipa. E muito e bom trabalho». «Porém não nos deixemos impressionar apenas por rankings. Os rankings têm valor? Sim, muito. Mas há muito para além deles. Os rankings são um reflexo desse trabalho? Sim. Mas e medem esse trabalho no imediato? Não. Não medem o que estamos a fazer para médio e longo prazo. Medem o pulso numa determinada data e contexto. Isto dito, há muito trabalho de preparação para outras realidades, de internacionalização, de lançamento de novos produtos, de reestruturação, de repensar o próprio modelo de negócio que só terá frutos mais tarde e porventura nem se reflectirão nos rankings mas antes da sustentabilidade e progresso da própria escola», acrescenta o presidente da Instituição.
A partir de agora, e tendo em conta o início do ano, há uma revolução em curso para o futuro ao nível da formação de executivos. O responsável afirma também que «há muito ruído com produtos oferecidos pelo mercado ao abrigo do PRR». «É precisamente para o durante e o depois desta fase que temos de estar preparados. O 2023 é mais um ano. Porém, não podemos olhar para a formação de executivos como apenas para um ano. Temos de olhar mais longe. A revolução em curso tem a ver com várias dimensões em formatos e tecnologias. Para nós tem também uma dimensão extra que é o processo de forte internacionalização que introduzimos. Por isso se bem que saibamos que irá ser um ano desafiante acredito que a organização está preparada para ele. E está a preparar-se para mais do que 2023, fazendo muito exercício de foresight para nos ajudar a perceber o futuro», adianta José Crespo de Carvalho.
Em relação aos temas mais procurados, o presidente do Iscte Executive Education, considera que os Tecnológicos estão em expansão. «E como em todas as crises, sejam recessivas sejam por introdução de um imposto adicional chamado inflação, os básicos. O pão com manteiga. Os participantes agarram- -se muito ao que conhecem que dá resultados. E por exemplo um Executive MBA dá sempre resultados. Ou um programa generalista em gestão ou gestão de projectos dão sempre resultados. E, por exemplo, a gestão em e na saúde dá sempre resultados. Podia continuar a elencar mas há programas que estão sempre em expansão e também a reinventarem-se». José Crespo de Carvalho reitera ainda não sentir «retração a não ser nos tempos de decisão». Ou seja, decisões mais longas? «Sim. Mas a julgar pela procura de empresas e de empresas que têm trabalhado connosco e estão contentes e por individuais que confiam em nós e na nossa capacidade de os tornar profissionais mais capazes, mais independentes e mais sólidos na decisão então não existe essa retração de que se fala. Talvez não a estejamos a sentir e usamos as nossas armas para calibrar esse eventual efeito».
DESAFIOS E MOVIMENTOS
A oferta de cursos online pelas Business Schools de renome internacional, a preços competitivos, em formatos “on demand” está a crescer. Nesse sentido, são muitos os grandes desafios para a escola. «Não estamos do lado dos MOOCs. Estamos do lado live online e conseguimos ter oferta competitiva e actual. Esse é o nosso posicionamento que continuaremos a aproveitar. Quer para Portugal quer jogando ainda no internacional. Embora o internacional vá muito além dos programas on-line. A customização e a permanente actualização permitem-nos chegar a um quase “on-demand” em open enrolment e a um “on-demand” total em corporate Solutions», diz.
Atendendo à disrupção na área de formação executiva, o presidente do Iscte Executive Education sublinha que a relevância da instituição é atribuída pelo mercado, cá como fora de Portugal. «E, como sabe, exportar ensino e formação executiva para fora de Portugal é para nós uma prioridade. Temo-lo dito e feito através de muita actividade e muito relevante». Em relação aos temas do “Quiet Quitting” e “Quiet Hiring” José Crespo de Carvalho afirma que são movimentos a ter em consideração. «O primeiro é muito um seguimento do que é o presentismo e que sempre existiu. Curioso que quem o criou agora trabalha 50 horas por semana. Mas enfim, a paradoxos nestas áreas estamos mais que habituados. Quanto ao quiet hiring é também uma área em voga há muitos anos e muitas vezes se designa por promoção horizontal. Convive-se com essa realidade há mais de 30 anos nas empresas. O nome é fancy mas não tem, na essência, nada de verdadeiramente novo».
E poderão os Nanodegrees (microcertificações) ou programas de certificação de curto prazo ser uma mais-valia na resposta à necessidade de actualização permanente dos formandos? «Claro que são. Mas se com isso queremos dizer que conseguem mudar a autonomia decisional, a maturidade na abordagem a um problema ou a rapidez na ligação de várias dimensões diferentes então esse não é o caminho. Se com os nanodegrees que são mais nanocertificações colmatamos este e aquele conhecimento que não temos a minha resposta é sim. E funcionam muito bem para esse efeito».
A título final, o presidente do Iscte Executive Education deixa ainda uma nota: «Acho que vale a pena sublinhar o caminho estratégico da instituição, percorrido e a percorrer, e que assenta em três pilares: abertura e estruturação de catálogo open, corporate solutions e programas inteiramente customizados e, finalmente mas não menos importante, estas mesmas realidades em contexto internacional. O internacional, para nós, é o farol mais importante da nossa actividade no momento. Não é o que mais receitas e alunos nos traz, mas é a nossa maior aposta. Queremos fechar 2024 com 50% de negócio internacional. E isso significa que pretendemos alargar da China, da India, do Médio Oriente, do Brasil e dos EUA onde estamos para mais geografias, ou nesses mesmos países ou noutros países», conclui José Crespo de Carvalho.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-graduações & Formação de executivos”, publicado na edição de Março (n.º 204) da Executive Digest.