Galp: Energia hoje, a pensar no amanhã

Com o panorama energético em crescente mudança, a adaptação da oferta e da estratégia dos players que actuam neste mercado torna-se urgente. São vários os desafios e as exigências que se colocam ao sistema global de energia e que obrigam, cada vez mais, a um esforço tanto do sector, como do mundo. Reforçado pelo contexto socioeconómico e pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, o aumento da procura e a pressão sobre os preços da energia vieram destacar a importância contínua da segurança, da acessibilidade energética e do desenvolvimento das energias renováveis, dos biocombustíveis e do hidrogénio.
Sendo a Galp uma das empresas de energia, a nível global, com um histórico mais sólido e consistente quando se fala de transição energética, esta mantém a principal ambição de ser uma energia diferente, não só do futuro, mas do presente. O seu foco passa por atingir a neutralidade carbónica até 2050, com uma redução de 40% das suas emissões operacionais absolutas em 2030.

NEUTRALIDADE CARBÓNICA
De olhos postos na descarbonização, a Galp segue forte no caminho da sustentabilidade. A actuação da marca neste tema já não é novidade, e as medidas passam tanto pela adaptação e transformação profunda do seu negócio, como no reforço do investimento em novas energias, enquanto diminui o peso dos hidrocarbonetos. A transição de fontes com maior intensidade carbónica, das quais depende ainda 80% do mercado energético mundial, para energias renováveis ou de baixa intensidade carbónica, é uma das suas estratégias, mas há mais. A energética pretende ainda concretizar projectos de elevado investimento na produção de renováveis e de novas energias de baixo carbono, como o hidrogénio verde, biocombustíveis avançados, combustíveis sintécticos ou combustíveis sustentáveis para aviação e transporte marítimo. Estes projectos estão assentes no propósito da criação de cadeias de valor, ou seja, mais emprego e prosperidade para os dois pilares mais importantes da sua missão: as Pessoas e o Planeta. Além disso, contribuem para a competitividade das empresas e da economia; e permitem às empresas, às pessoas e ao País fazer o seu caminho de descarbonização e alcançar as suas metas ambientais.
Actualmente, metade do capex da empresa já está afecto às novas energias, e nos últimos três anos foram investidos 3 mil milhões de euros nestes projectos de mudança do negócio. Esta estratégia assenta no reforço de investimento de novas energias, enquanto diminui o peso dos hidrocarbonetos.

ENERGIA DO PRESENTE
É indubitável que a Galp coloca toda a sua expertise e todo o seu legado ao serviço da transição energética e da meta da neutralidade carbónica. Prova disso é o reconhecimento dado pelos mais prestigiados índices de sustentabilidade, como o CDP, o Sustainalytics ou o Dow Jones. Já são várias as medidas implementadas nesse sentido, tanto no negócio upstream, como nas soluções de energia solar e mobilidade eléctrica: no primeiro, a extracção de petróleo, opera com metade das emissões da indústria, enquanto na energia solar, a Galp é já a terceira maior produtora fotovoltaica da Península Ibérica, com 1.4GW de capacidade instalada em operação e 4GW até 2025. Além disso, assentes na premissa de que cada vez mais pessoas produzem a sua própria energia renovável nas suas casas e empresas, no ano de 2022, a marca fechou as contas com mais de 10 mil clientes Galp Solar, a unidade especializada em produção descentralizada para autoconsumo, um negócio em rápida expansão. No que diz respeito à mobilidade eléctrica, a organização já conta com 2.300 pontos de carregamento em operação com a meta em mente de atingir os 10.000 pontos de carregamento até 2025 em Portugal e Espanha.

VISÃO DO FUTURO
Para além dos investimentos nas energias renováveis em Portugal, Espanha e Brasil, da manutenção de uma posição de liderança na mobilidade eléctrica, no auto- -consumo solar e na inovação ao nível dos combustíveis renováveis ou de baixa intensidade carbónica, a Galp não fica por aqui nas suas ambições no que concerne à transição energética e à sustentabilidade. A joint-venture com a sueca Northvolt, referência mundial na produção de baterias, já fechou parceria, para a instalação em Portugal de uma unidade capaz de suportar a produção de 700.000 carros eléctricos por ano. Para além disso, Sines – a segunda maior refinaria da península ibérica e uma das infraestruturas mais importantes do país, será transformada num Parque de Energia Verde, com um investimento superior a mil milhões de euros em produção em larga escala de hidrogénio verde, biocombustíveis e outros combustíveis de baixo carbono, de forma a que a Galp neutralize totalmente as emissões das suas operações e possa, posteriormente oferecer aos seus clientes soluções de energia de baixo carbono, sobretudo em sectores de difícil descarbonização – como o transporte marítimo, aéreo, indústria do cimento ou do aço.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Ecologia, Eficiência Energética e Energias Renováveis”, publicado na edição de Abril (n.º 205) da Executive Digest.