Fidelidade: Trajectória sustentável

A Fidelidade está a orientar a oferta para produtos e serviços que apoiem a transição energética e um ecossistema mais sustentável nas várias áreas de negócio do Grupo.

O Grupo Fidelidade pretende não só actuar como agente económico individual, reduzindo as suas emissões de gases com efeito de estufa e os seus impactos ambientais, mas também influenciar a sociedade na necessária e premente transição ecológica. Esta mudança é conseguida através de uma actuação que envolve e considera as expectativas das diferentes partes interessadas – colaboradores, parceiros, fornecedores e clientes. «Assim temos definidas as nossas ambições em três domínios: operações, negócio e sociedade. No que refere a operações, estamos comprometidos em optimizar o consumo de recursos inerentes às nossas actividades directas, minimizando, entre outros, os consumos de energia, electricidade, água, papel, bem como reduzindo a produção de resíduos e as nossas emissões de gases com efeito de estufa e fomentando a economia circular. No entanto, este compromisso não fica apenas para a Fidelidade, sendo que queremos cada vez mais apoiar e diferenciar positivamente aqueles que também se encontrem comprometidos com uma trajectória mais sustentável das suas operações, nomeadamente os nossos fornecedores e parceiros. Estamos, também, comprometidos em contribuir para a protecção ambiental e a neutralidade carbónica, desenvolvendo e financiando o desenvolvimento de soluções de “carbon offset” e sumidouros de carbono, de forma a fomentar ecossistemas sustentáveis e a protecção da biodiversidade», explica João Mestre, Head of Sustainability da Fidelidade.
No negócio, acrescenta este responsável, estão a orientar a oferta para produtos e serviços que apoiem a transição energética e um ecossistema mais sustentável nas várias áreas de negócio do Grupo. Para tal, promoveram a integração de critérios ambientais nos investimentos, incorporaram os riscos e oportunidades ambientais na tomada de decisões, entre outras ações, procurando, assim, ser um agente activo na transição ecológica dos activos em carteira. Ao mesmo tempo, estão a investir na promoção do conhecimento sobre as alterações climáticas junto dos colaboradores do Grupo, procurando potenciar o impacto positivo da actividade económica, de forma a contribuir para a mitigação e adaptação dessas alterações.
«Por fim, queremos envolver neste nosso caminho toda a sociedade. Queremos promover cada vez mais comportamentos ambientalmente sustentáveis ao longo de toda a nossa cadeia de valor e ter um papel dinâmico na economia portuguesa, cooperando com outras empresas e entidades, numa articulação multinível e multissetorial, no sentido da promoção de uma economia mais sustentável. Para tal, estamos a alinhar a actuação do Grupo com as melhores práticas e orientações dos principais standards e iniciativas nacionais e globais, estamos empenhados em sensibilizar todos os nossos stakeholders (colaboradores, fornecedores, parceiros, clientes, etc.), através de formação específica, motivando o seu envolvimento no sentido de serem agentes proactivos na transição ecológica e promovemos a literacia ambiental na sociedade, nomeadamente através do incentivo à investigação científica, envolvimento dos stakeholders e divulgação de boas práticas ambientais», acrescentam.

DESAFIOS
Quando olhamos para a redução da pegada ecológica da Fidelidade, provavelmente o maior desafio prende-se com a escassez e baixa qualidade de dados que permitam fazer um cálculo exacto da pegada que tem ao nível dos 3 scopes do Protocolo GHG. No cálculo da pegada de carbono de um Grupo como a Fidelidade, são necessários dados de toda a cadeia de valor, em todas as empresas e geografias em que estão presentes, sendo que a grande maioria dos stakeholders com quem se relacionam (clientes, fornecedores, etc.) não têm a sua pegada calculada pelo que têm de assumir pressupostos e realizar estimativas para poderem conhecer o ponto de partida e tomar decisões com base nestes resultados. Seria naturalmente muito mais correcto e, acima de tudo, eficaz, ter informação de melhor qualidade para poder tomar decisões com maior confiança. No caso de uma seguradora como a Fidelidade, a pegada de carbono é calculada em três dimensões: Operações, Seguros e Investimentos.
No caso das Operações, o maior desafio é, de facto, a falta/qualidade dos dados, com particular foco para os valores do scope 3, relativos à relação ao longo da cadeia de valor.
Mas no caso dos Seguros e Investimentos, a somar ao desafio dos dados, existe o próprio desafio subjacente aos impactos directos que a estratégia de descarbonização tem no modelo de negócio da Fidelidade. «Reduzir emissões ao nível do nosso portefólio de clientes segurados e ao nível dos nossos activos sob gestão é um desafio considerando a natural necessidade de manter uma rentabilidade financeira sólida nestas duas dimensões.
Acreditamos que este caminho faz sentido e que, em particular a longo prazo, a robustez dos nossos resultados financeiros será maior quão mais rápido prosseguirmos a nossa estratégia de descarbonização. Esta é uma enorme oportunidade de negócio, para tornar a Fidelidade uma empresa melhor preparada para o futuro e a quem todos os nossos stakeholders reconheçam uma estratégia robusta que contribuirá para uma posição ainda mais sólida na indústria seguradora. Neste caminho será crucial fomentar um maior engagement com as entidades em que investimos e que seguramos, no sentido de potenciar a sua transição em linha com as metas internacionais estabelecidas. Acreditamos que este pode ser o nosso maior papel», sublinha João Mestre.
Ao nível das oportunidades existe ainda a miríade de novos produtos e serviços que um Grupo como a Fidelidade pode desenvolver e colocar no mercado no sentido de contribuir e acelerar a necessária transição energética. Esta é uma das maiores oportunidades de gerar novas fontes de receita para o Grupo assumindo assim o seu papel activo de promoção da descarbonização da economia, em todos os mercados onde a Fidelidade se encontra presente.
«Nas nossas operações temos vindo a adoptar medidas de forma a reduzir a nossa pegada ambiental e delineando o caminho para o cumprimento do nosso target. A título de exemplo temos iniciativas relacionadas com a energia sendo que temos o objectivo de assegurar que 100% da electricidade consumida para as nossas operações seja proveniente de fontes renováveis, no início de 2024. Já no que toca à mobilidade, queremos tornar a nossa frota mais ecológica assim lançámos uma iniciativa para promover uma maior adesão da nossa frota para veículos híbridos e eléctricos. E para reduzir as emissões associadas às viagens de negócios, implementámos a optimização das rotas de viagem para a prestação de serviços aos nossos clientes, reduzindo as viagens de negócios, substituindo-as por reuniões digitais. Estamos também a realizar a transição para um processo de Procurement mais sustentável, integrando critérios ambientais, sociais e de governação (ESG) nos nossos processos através da Política de Procurement Sustentável e do Código de Conduta dos Fornecedores », refere João Mestre, Head of Sustainability da Fidelidade.

ESTRATÉGIA
A visão sobre a estratégia de descarbonização é parte integrante e até estruturante do negócio. Uma vez que a Fidelidade quer reduzir ao máximo a pegada e capturar tudo aquilo que não consegue reduzir, obrigatoriamente as medidas a serem tomadas influenciam no modo de operar e fazer negócio. Assim claramente as medidas que estão a tomar nível ambiental (tal como a nível social e de governança) vêm influenciar e mudar para melhor o negócio.
Os exemplos mais claros desta mudança do modelo de negócio são os casos dos investimentos e da oferta de seguros. «Ao nível dos investimentos, a estratégia de descarbonização implicará uma revisão de toda a carteira de activos sob gestão do Grupo, definindo formas concretas de garantir que a mesma contribui positivamente para a necessária transição energética da Sociedade, quer seja investindo em activos com pegadas de carbono reduzidas, quer seja investindo em activos que estejam comprometidos em seguir uma estratégia de descarbonização consistente e alinhada com a ciência. Naturalmente, esta reformulação da forma de gestão de investimentos tem impactos directos na rentabilidade dos nossos activos, sendo que acreditamos que a longo prazo será uma decisão não só boa para a necessária descarbonização da Sociedade, mas também acertada ao nível da rentabilidade do portfólio», refere João Mestre.
Já na dimensão de seguros, é também claro o impacto na reformulação do negócio que a estratégia de descarbonização implica. «Desde a necessidade de incorporar no preço dos nossos seguros esta nova dimensão de análise até à enorme oportunidade que existe na criação de novos produtos e serviços que contribuam para uma mais rápida e eficiente descarbonização da economia, é inquestionável o impacto que a nossa estratégia de descarbonização tem no negócio core de seguros da Fidelidade», diz.
A Fidelidade quer ser uma empresa de referência no desenvolvimento sustentável, assim tem vindo a participar cada vez mais em iniciativas de promoção do mesmo.
Em consonância com isto, introduziu com êxito produtos que contribuem para o seu compromisso para com uma sociedade mais sustentável do ponto de vista ambiental, nomeadamente influenciando comportamentos mais ecológicos. «A título de exemplo, temos a nossa aplicação Drive, que monitoriza os comportamentos de condução e recompensa os clientes que conduzem em segurança e que reduzem o seu consumo de combustível, quer evitando viagens a alta velocidade, quer reduzindo a utilização do veículo.
Ao mesmo tempo, este ano foi aprovado pela CMVM o nosso Fundo Florestal, um fundo drak green (artigo 9 segundo a SFDR), com um compromisso inicial de 12 milhões de euros totalmente subscrito pela Fidelidade. Este fundo tem como objectivo desempenhar um papel relevante na promoção de uma política florestal mais sustentável em Portugal, para garantir que as soluções baseadas na natureza contribuem para fazer face às ameaças impostas pelas alterações climáticas. Simultaneamente, pretendemos que este Fundo seja promotor da gestão florestal sustentável, do desenvolvimento da biodiversidade local, da criação de emprego e do desenvolvimento rural e a gestão eficaz de activos.
Estamos a criar, também, o Center for Climate Change da Fidelidade, dedicado às alterações climáticas em colaboração com universidades e centros de investigação, que representa a nossa dedicação à acção climática e à partilha de conhecimentos. Este Centro servirá como um centro de conhecimento para a Fidelidade e para a comunidade em geral, com as seguintes funções-chave: coordenar e integrar acções e iniciativas relacionadas com as alterações climáticas e os objetivos Net-Zero, e aumentar a literacia e sensibilização para os temas relacionados com as alterações climáticas e na sociedade em geral», conclui João Mestre, Head of Sustainability da Fidelidade.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da Pegada Ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 211) da Executive Digest.