Fidelidade: Papel crucial no ecossistema de inovação

Empenhados em continuar a liderar a transformação do sector, desenvolvendo soluções inovadoras que respondam às necessidades em constante evolução, Daniel Riscado, head of Centre for Transformation da Fidelidade, explica nesta entrevista a importância do empreendedorismo para o Grupo Fidelidade.

A empresa partilha a visão de que o empreendedorismo é essencial na construção das sociedades do futuro. Qual a importância de reforçarem o vosso posicionamento como agente de inovação próximo das startups?

Na Fidelidade, acreditamos que a colaboração com startups é um dos pilares mais relevantes da inovação. Por isso mesmo, nos últimos anos temos vindo a reforçar o nosso posicionamento junto dos empreendedores e a apostar em parcerias com várias entidades-chave do ecossistema, sejam associações (e.g. Unicorn Factory, Fintech House, etc.), venture capitals (e.g. Shilling, Big Start Ventures, Mundi Ventures, etc.), aceleradoras (e.g. Fábrica de Startups, Beta-i) ou universidades (e.g. Nova SBE, Instituto Superior Técnico, Católica Medical School, etc.). Estas parcerias adoptam formatos distintos, mas sempre assentes em algo concreto e pragmático, a título de exemplo com VCs é ter acesso a novos modelos de negócio, talento e soluções que possam servir também o negócio do Grupo, seja na perspectiva core business ou beyond insurance, no caso de universidades, alavancar a possibilidade de fazer research no domínio estratégico para o Grupo e/ou testar novas abordagens a adoptar no mercado. O nosso foco é garantir que o Grupo Fidelidade se mantém na vanguarda das novas tendências, inovação e soluções, e que colabora activamente no desenvolvimento de novas propostas de valor que possam beneficiar os nossos clientes e a sociedade em geral, contribuindo de forma relevante para a evolução das startups e dos empreendedores.

Nesse sentido, qual a importância do Programa Protechting no ecossistema inovador da empresa?

O Programa Protechting desempenha um papel crucial no nosso ecossistema inovador e traz um grande valor para as várias empresas do Grupo, dado que é desenvolvido não só pela Fidelidade, como também pelo Hospital da Luz Learning Health e pela Fosun. O Protechting tem-nos permitido trabalhar de forma cada vez mais alinhada e concertada em termos das principais prioridades do Grupo, quer ao nível de desafios, quer a nível de novas oportunidades. O Protechting acaba por ser um programa que nos apoia na priorização de acções por área e linha de negócio e posteriormente nos ajuda encontrar soluções concretas no mercado, em particular via startups. Tem ainda permitido neste percurso apoiar startups promissoras nas áreas de Insurtech e Healthtech. Nos últimos anos temos também procurado trabalhar com startups tecnológicas e alinhadas com os nossos principais compromissos como a sustentabilidade pensada e abordada de forma holística.

O Protechting já contribuiu para o desenvolvimento de mais de 40 projectos-piloto e vários acordos comerciais. Que balanço fazem até ao momento?

O balanço do Protechting é muito positivo. Ao longo das seis edições, recebemos cerca de 1000 candidaturas de startups, com origem em mais de 60 países. Este programa de inovação já contribuiu para o desenvolvimento de mais de 40 projectos-piloto entre as nossas áreas e as startups seleccionadas. Estes resultados não só demonstram o sucesso do programa, mas também a sua relevância no apoio ao crescimento e à inovação no seio do nosso ecossistema. Além do financiamento para a realização dos pilotos, as startups que participam no Protechting (i) recebem formação ao longo de várias sessões focadas em desenvolvimento do negócio; (ii) têm grande visibilidade nos vários eventos onde participam, como o Web Summit; (iii) podem receber investimento dos nossos parceiros de VC (o que também já ocorreu e o expectável é que continue a ocorrer).

Focando-se sobretudo nas áreas de Insurtech e Healthtech, quais as soluções mais procuradas?

Nas áreas de Insurtech e Healthtech, as soluções mais procuradas são aquelas que oferecem uma abordagem inovadora aos desafios enfrentados pelo sector dos seguros e da saúde. Desde soluções de gestão de sinistros mais eficientes, muitas vezes relacionadas com a digitalização e automatização de processos, até plataformas de saúde digital, com foco na prevenção e no diagnóstico precoce, estamos constantemente à procura de startups que possam trazer novas ideias e soluções para o mercado.

Que casos de sucesso gostariam de destacar?

Podemos destacar vários casos de sucesso e diversas colaborações que iniciámos com startups que conhecemos no programa Protechting. A Visor.ai, a Bdeo a Tucuvi ou a Uphill são algumas dessas startups que acabam por reforçar a nossa convicção de que o apoio ao empreendedorismo e à inovação é fundamental para o nosso sucesso futuro.

O Protechting abre também a porta para o estabelecimento de parcerias estratégias?

Sim, o Protechting tem sido muito relevante para nos ajudar a identificar soluções promissoras e a estabelecer parcerias estratégicas e acordos comerciais, envolvendo não só as startups, como também outras entidades do ecossistema empreendedor. Estamos sempre abertos a colaborações que possam potenciar a inovação e criar valor para os nossos clientes e parceiros.

Ao nível do empreendedorismo, como correu o ano de 2023 e o que perspectivam para 2024?

Embora desde 2022 o sector tenha sofrido uma quebra considerável, muito por via da dificuldade de acesso a funding, redução do número de rondas de investimento e consequente impacto nas avaliações, a verdade é que o ano de 2023 foi bastante positivo em termos de colaboração com os empreendedores, com o lançamento de várias iniciativas e programas de apoio às startups. Além do Protechting, estamos continuamente a interagir com startups ao longo de todo o ano, participámos em eventos nacionais e internacionais, criámos um programa de inovação com os colaboradores (o XLAB), para promover uma cultura de inovação, e realizámos roadshows a outros países com ecossistemas de inovação muito fortes para conhecermos essas realidades, aprender e partilhar boas práticas com outras organizações e abrir caminho às startups (e.g. Israel, Londres, China) com quem colaboramos. Para 2024, perspectivamos um ano ainda mais promissor, com o lançamento de mais uma edição do Protechting e com novas parcerias estratégicas que nos ajudem a impulsionar ainda mais a inovação no sector dos seguros e da saúde.

Tudo isto reforça a vossa reputação como seguradora comprometida com a transformação digital e a inovação, sempre com foco no cliente?

Sem dúvida, a nossa reputação é dos nossos maiores activos, mas esta só é ambicionada e mantida equilibrando promessa e entrega. Nós, enquanto seguradora líder de mercado, estamos primeiramente comprometidos com entregar o que é esperado pelos nossos clientes (actuais e futuros) e a transformação digital e a inovação são dois eixos muito relevantes (embora não exclusivos) para assegurar a continuidade do nosso sucesso a longo prazo. Estamos empenhados em continuar a liderar a transformação do sector, desenvolvendo soluções inovadoras que respondam às necessidades em constante evolução dos nossos clientes que contribuam para a construção de um futuro mais seguro, sustentável e apelativo para todas as gerações.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Empreendedorismo e apoio a startups”, publicado na edição de Maio (n.º 218) da Executive Digest.

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