Faculdade de Ciências Humanas – Católica: Formações inovadoras

Nuno Brandão, coordenador da Escola de Pós-Gradução e Formação Avançada da FCH-Católica, revela à Executive Digest as novas tendências formativas e como podem ser uma oportunidade face aos desafios da liderança.

Que tendências de oferta e procura estão agora a ser introduzidas nos programas de formação avançada? Vai haver novidades para o segundo semestre do ano tendo em vista os desafios actuais do mercado e dos profissionais?

Nos tempos que vivemos, temos vindo a assistir a diversas mudanças nas estruturas organizacionais e dos processos de trabalho, muito derivado da introdução de novas tecnologias, como a inteligência artificial, por exemplo. Até porque, se é verdade que estas novas tecnologias ajudarão os profissionais a ter uma melhor produtividade, eliminando inclusive algumas das tarefas mais repetitivas, também é certo que as novas tecnologias necessitarão sempre dos humanos para as ir balizando e adequando às necessidades de cada organização. Neste sentido, temos várias pós-graduações novas, que irão ter início agora no segundo semestre do ano e início do próximo ano lectivo, como é o caso da pós-graduação em Comunicação e Inteligência Artificial, com o objectivo principal de formar profissionais capazes de entender o impacto da IA nas organizações em geral, as suas capacidades e potencialidades, oportunidades e desafios, em especial na comunicação interna e externa da organização.

Por outro lado, e acompanhando a evolução de assuntos que têm vindo a tornar-se prementes e prioritários na população e nas organizações, destacamos as questões relacionadas com Ambiente e Sustentabilidade ou Responsabilidade Social. Neste sentido, lançaremos também no início do ano lectivo a segunda edição da pós-graduação em Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável.

A Saúde é também um tema actual, assim como a manutenção de sistemas de saúde e a formação/ educação para a saúde. Lançaremos uma nova edição da pós-graduação em Comunicação da Saúde, agora com um programa actualizado, no sentido de contribuir também para uma maior literacia do sector em Portugal.

Seguindo no tema da comunicação, que é, sem dúvida, uma das áreas em que a evolução é constante, teremos também diversos programas avançados, dirigidos a profissionais do sector, que pretendam adquirir conhecimentos especializados em áreas específicas, como o Programa Avançado em Jornalismo Televisivo ou a Pós-Graduação em Social Brands, Comunicação Estratégica, ou mesmo o programa avançado em Comunicação e Marketing de Influência, para responder aos actuais desafios da comunicação digital por parte das marcas. São, para já e no total, 12 programas de pós-graduação ou avançados, nas áreas da Comunicação, Psicologia e Recursos Humanos, que entram no portefólio da Faculdade já a partir de Outubro de 2024.

E como estamos do ponto de vista dos formatos?

Estes programas avançados e de pós-graduação, que serão lançados no início do ano lectivo, são todos em regime presencial, embora alguns incluam um conjunto de horas de formação online, como é o caso da pós-graduação de Comunicação em Saúde. Esta é uma opção para quem reside fora de grandes centros urbanos ou não consegue deslocar-se com frequência ao campus para participar nas aulas. O curso é, assim, adaptável às circunstâncias pessoais e profissionais dos formandos.

As novas gerações vão forçar uma mudança na estrutura das organizações: não querem ter a obrigatoriedade de trabalhar em horários fixos e ambicionam autonomia, por exemplo. Qual o papel das escolas nesta transformação?

O actual contexto do mercado de trabalho veio reforçar a necessidade de repensar o portefólio, as metodologias e a forma de adaptação às necessidades das empresas, assim como dos formandos a título individual. As universidades terão mesmo de apostar em formações inovadoras, capazes de gerar valor para os formandos, para as organizações em que se integram e para a sociedade. Exemplo disso são os programas avançados em Inteligência Emocional, uma área que tem vindo a tornar-se cada vez mais relevante nas equipas de Recursos Humanos. Mas, também, o investimento na integração eficaz de práticas éticas de atracção e retenção de talento, de comunicação, motivação, liderança e promoção de bem-estar organizacional, bem como a gestão preventiva da reputação das organizações são, actualmente, áreas com cada vez mais relevância nas empresas.

As pós-graduações e os programas avançados, quando aplicados à área de intervenção de cada profissional, trazem benefícios ao profissional, mas também ao empregador. Uma equipa formada e especializada é fundamental para o sucesso profissional e pessoal de cada indivíduo, contribui para a vitalidade do mercado laboral, promove a realização dos seus profissionais e impulsiona a conquista de mecanismos de retenção de talento(s). Nessa linha de pensamento, uma das grandes tendências e para onde as universidades devem olhar com atenção, são os cursos customizados para as empresas, com o objectivo de procurar dar resposta aos constantes desafios que ocorrem no mercado de trabalho.

O corpo docente é também um dos factores fundamentais para o prestígio dos vossos programas. Como o caracterizam?

Todo o nosso corpo docente é altamente qualificado nas suas áreas de formação e actuação profissional. Temos vindo a atrair executivos de topo, com uma sólida experiência académica e profissional, e com elevada especialização nas suas áreas de conhecimento. Contamos por isso, não apenas com docentes residentes, mas também profissionais do activo para áreas específicas.

Este tema é válido não apenas para os programas avançados ou pós-graduação, mas em todas as áreas, desde a licenciatura, mestrados e doutoramentos. Trabalharmos para uma formação de alto nível, sempre na vanguarda das últimas tendências do mercado corporativo, é da mais alta importância para nós e, ter um corpo docente que não só acompanhe, mas compreenda as novidades e os desafios reais do meio empresarial, é fundamental.

Neste contexto, e numa nova Era assente numa economia maioritariamente digital, quais os novos desafios da liderança?

O mundo está em constante desenvolvimento e mudança e, actualmente, essa mudança dá-se a um ritmo nunca antes vivido. Acreditamos que um dos maiores desafios passa por conseguirmos estar sempre actualizados e, até um passo à frente dessa mudança. É por isso que a formação de executivos da EPGFA aposta em programas permanentemente actualizados, onde são discutidas as questões do mundo contemporâneo e sempre muito adaptadas à realidade. O objectivo é que sejam efectivamente espaços de análise e discussão das questões com que os profissionais se deparam no seu dia-a-dia, com aulas práticas, masterclasses com professores convidados, e ainda formação em contexto real de trabalho.

O envelhecimento constante da população portuguesa, é um desafio ou uma oportunidade para o vosso sector?

O nosso sector não se cinge a Portugal. Este ano lectivo de 2023/2024, por exemplo, contamos com 420 alunos de 56 nacionalidades estrangeiras diferentes, distribuídos por licenciaturas, mestrados, formações e doutoramentos, aos quais se juntaram outros 300 que passaram um semestre ao abrigo de programas de mobilidade. Haverá sempre novas gerações a procurar a excelência da formação e para manter essa excelência que trabalhamos.

Por um lado, à medida que as carreiras se desenvolvem, os profissionais vão investindo na sua formação, seja com pós-graduações ou programas avançados, vão compreendendo o peso real e a vantagem competitiva ganha neste processo. Ou seja, à medida que as suas carreiras evoluem, regressam à formação, à procura da especialização para o passo seguinte nas suas carreiras, em conjunto com outros profissionais e executivos da área.

Temos em Portugal um verdadeiro cluster do Ensino, com um conjunto de universidades que se distinguem em diversas matérias. Como é que as universidades podem colaborar ainda mais entre si para criar um hub universitário ainda mais ambicionado e procurado?

Portugal tem óptimas universidades e formação de excelente qualidade. Prova disso são os vários programas de universidades portuguesas que constam nos mais importantes rankings internacionais, como o caso do nosso mestrado em Estudos de Cultura que ficou no top 2024-2025 EDUNIVERSAL BEST MASTERS RANKING, ocupando o segundo lugar e consolidando-se como um dos melhores do mundo na área, entre os mais de 5800 mestrados analisados em 153 países e 56 áreas diferentes.

Acreditamos que todos, enquanto sistema universitário de excelência, beneficiamos em apostar efectivamente numa formação actualizada, de elevada especialização e de altíssima qualidade, para que, como um todo, o país seja cada vez mais um bom exemplo do que se faz a nível mundial no que toca à formação universitária.

E continua-se a falar na atracção e retenção de talentos. Continua a haver uma clara aposta na formação como medida para combater esta situação?

As pós-graduações e os programas avançados, quando aplicados à área de intervenção de cada profissional, trazem benefícios ao próprio, mas também ao empregador. Uma equipa formada e especializada é fundamental para o sucesso profissional e pessoal de cada indivíduo, uma vez que contribui para a vitalidade do mercado laboral, promove a realização e competência dos seus profissionais e impulsiona a conquista de mecanismos de retenção de talento. Neste sentido, a formação como medida para combater os desafios da atracção e retenção de talentos nas empresas é fundamental para nós.

>> Nuno Brandão, coordenador da Escola de Pós-Gradução e Formação Avançada da FCH-Católica

Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, pós-graduações & formação de executivos”, publicado na edição de Maio (n.º 218) da Executive Digest.

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