XXXVII BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: José Theotónio, Grupo Pestana
A análise de José Theotónio, CEO do Grupo Pestana
O Turismo deverá manter-se como a componente mais dinâmica das exportações, prevê o Banco de Portugal no seu Boletim Económico de Junho, contribuindo para levar as exportações de bens e serviços a crescimento permanente até 2026, com 4,2% de trajectória ascendente só neste ano. Moderação da inflação e a percepção de Portugal enquanto país seguro são trunfos para o Turismo, nota o documento do banco central, que menciona a previsão da European Travel Commission de que o número de visitantes do sul da Europa crescerá 8,7% em 2024, 6,4% em 2025 e 5,3% em 2026. Este cenário beneficia do intenso trabalho realizado pelos agentes da indústria, tornando o destino Portugal crescentemente apelativo. O sentimento é genericamente positivo, como mostram os resultados do barómetro: apenas 5% dos inquiridos antevêem numa redução da actividade económica do seu sector, enquanto 77% confiam no crescimento. Nos últimos meses, o Governo saído das eleições legislativas antecipadas já anunciou intenções e apresentou medidas, entre as quais as 60 do programa Acelerar a Economia. Num País com crónica escassez de capital para investimento e fiscalidade agravada, saúda- -se a intenção de reduzir o IRC até 15% e de permitir a dedução fiscal para mais-valias e dividendos de pessoas singulares que apostem na capitalização de empresas. Reforçar verbas públicas para qualificação dos trabalhadores e políticas empresariais de sustentabilidade – tarefas que muitos de nós já vimos a ser executadas no Turismo – é igualmente uma excelente notícia. O sector aguarda com interesse novos pormenores das Obrigações Turismo 2024, da Linha Turismo+ Sustentável, da Linha + Interior Turismo e da Estratégia Turismo 2035. São, para já, bons sinais, reflectidos na confiança que 84% dos inquiridos do barómetro depositam neste documento. Requer-se, agora, a agilidade de uma máquina estatal nem sempre dinâmica.
Testemunho publicado na edição de Agosto (nº. 221) da Executive Digest, no âmbito da XXXVII edição do seu Barómetro.