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XXXVI BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Dulce Mota, REN

A análise de Dulce Mota, Administradora da REN

A análise detalhada ao 36.º Barómetro leva-me a concluir que os líderes e empresários estão razoavelmente confortáveis com os resultados e performance das suas organizações materializados nas expectativas de resultados até final do ano. Praticamente todos assumem um crescimento nos resultados (51% com aumentos ate 10% e 8%, até julgam que terão aumentos superiores a 20%). As palavras “chave” para este optimismo moderado serão: estabilidade governativa, agilidade organizativa, captação e retenção de talento e inovação/capacidade de criação de novas soluções/produtos/modelos de negócio. A estabilidade governativa aparece com 53% de escolhas como a principal preocupação para o segundo semestre. Este aspecto reflecte-se na possibilidade de termos políticas estáveis e duradouras, indispensáveis para o crescimento económico. A “navegação” da gestão de topo não pode ser “com mar a vista”… Precisa de planeamento, estruturação, foco e estratégia que só serão possíveis com mínimos de estabilidade governativa. O investimento e a atractividade pelo risco precisa de um ambiente político confiável e duradouro. Este questionário também diz que a maior competitividade no negócio vem de uma maior agilidade organizacional e das oportunidades de mercado. Para uma organização ser mais ágil podendo adaptar-se facilmente aos ciclos de transformação que estamos a atravessar a uma velocidade estonteante, necessita de revisitar os seus processos produtivos, adoptar uma estratégia de melhoria contínua e construir com todos os stakeholders uma comunidade de boas práticas. A competitividade que é um factor crítico de sucesso passa pela adopção destas medidas. Relativamente aos maiores desafios para o segundo semestre, verificamos que o desenvolvimento de novos produtos e a captação e retenção de talento são os escolhidos o que significa que a inovação e as pessoas estão nas prioridades dos nossos líderes. Ainda bem, diria eu… Uma empresa ou instituição que não esteja permanentemente a reinventar a sua oferta adaptando as exigências e contexto de cada momento, estará naturalmente condenada ao insucesso e verá a curto ou médio prazo os seus resultados a serem afectados pela falta de visão e de compreensão dos mercados. Sobre as pessoas e, face ao momento particularmente desafiante do nosso mercado de trabalho, enfrentamos dificuldades várias quer na captação, quer na retenção do talento. Um estudo recente da Deloitte, diz-nos que 42% dos quadros superiores procuram novos empregos quando o seu empregador não o valoriza e não lhe oferece possibilidades de evolução na carreira. Temos efectivamente um mercado de trabalho mais exigente, mais qualificado e com maior flexibilidade quer na oferta, quer na procura. Exigem-se mais softskills de ambos os lados. Por último, gostaria ainda de destacar a importância do alinhamento estratégico entre a gestão e as equipas como factor crítico de sucesso, traduzindo-se num sentimento de pertença, o único a permitir um trabalho em sintonia com recursos alinhados na mesma direcção. Temos, cada vez mais de ter timoneiros a darem as ferramentas certas – valores, objectivos, skills – aos seus “remadores”. Let’s do it. We can…

Testemunho publicado na edição de Junho (nº. 219) da Executive Digest, no âmbito da XXXVI edição do seu Barómetro.






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