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XXXIII BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Rui Lopes Ferreira, Super Bock Group

A análise de Rui Lopes Ferreira, CEO da Super Bock Group

O IMD World Competitiveness Ranking 2023 colocou Portugal na 39.ª posição do ranking das economias mais competitivas a nível global, uma subida de três posições face a 2022. Um indicador positivo que a todos deveria motivar para continuar a um bom ritmo. Seria assim expectável que o OE 2024 acompanhasse com medidas que alavancassem a competitividade e a produtividade, conduzindo ao crescimento económico de Portugal, de forma sustentada.

Ora, o facto de 93% dos inquiridos deste barómetro considerar que o OE para o próximo ano não foi pensado para aumentar a competitividade das empresas nacionais, é certamente uma área de preocupação! Na minha perspetiva, há 3 requisitos que, numa visão integrada, são fundamentais para pôr o país crescer: Educação, Inovação e Investimento.

Na Educação, apesar dos progressos significativos e assinaláveis verificados nas últimas décadas, continuamos a ser o país europeu com a maior percentagem de pessoas entre os 25 e os 64 anos sem o ensino secundário ou superior (50,2%) e onde a taxa de abandono escolar entre os 18 e 24 é a sétima mais alta da UE.

Apostar na Educação é, muito para além do aproximar às meras estatísticas, sobretudo, e também, o privilegiar/estimular uma cultura de curiosidade que fomente a aprendizagem ao longo da vida. Isto é crucial para dispormos de recursos humanos qualificados e facilmente adaptáveis para responder aos desafios que o mundo nos tem vindo (e continuará) a colocar. Além, claro, de impulsionar a criatividade, o pensamento crítico e a resolução de problemas, pilares essenciais para empresas inovadoras.

A Inovação aplicada, para o que é essencial uma produção conjunta entre empresas e academia, diferencia o produto e as marcas, cria valor e torna as organizações mais ágeis.

E é, também, um fator de atração de Investimento de qualidade, reprodutivo, seja ele nacional ou estrangeiro. Poderá o PRR desempenhar aqui um papel relevante? Diria que sim, mas as contas far-se-ão no fim…

No fundo, é esta tríade, Educação, Inovação, Investimento, que alimenta a competitividade das empresas e consequentemente do país, gerando os tão ambicionados e imprescindíveis ciclos de crescimento económicos sustentáveis.

Testemunho publicado na edição de Dezembro (nº. 213) da Executive Digest, no âmbito da XXXIII edição do seu Barómetro.

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