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XXXIII BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Daniel Redondo, Licor Beirão

A análise de Daniel Redondo, CEO da Licor Beirão

Os resultados deste inquérito refletem uma realidade complexa e multifacetada do ecossistema empresarial em Portugal. Interpreto que, apesar de existir uma aparente aprovação da trajetória do PIB para 2024, há uma forte corrente de ceticismo quanto à sua viabilidade. Quase metade dos inquiridos duvida da previsão otimista do governo, o que ressoa com a cautela que devemos manter em nossa gestão financeira.

A notável insatisfação com o Orçamento de Estado de 2024, que a maioria vê como desalinhado com as necessidades de competitividade, lança um desafio à nossa capacidade de adaptar e inovar sem suporte suficiente do governo. Isso se traduz na necessidade de um investimento autónomo em I&D, uma direção que muitas empresas já estão a tomar, com 43% a alocar entre 1 a 5% do seu faturamento neste vetor.

Curiosamente, há um equilíbrio estratégico entre a agressividade e a prudência no que toca às ambições de crescimento futuro. Isso indica que, mesmo diante de um cenário econômico incerto, as empresas estão dispostas a investir no crescimento, mas com um olhar atento às condições de mercado.

As medidas que mais impactam as empresas revelam um foco em benefícios aos trabalhadores, sinalizando que o capital humano continua a ser uma prioridade estratégica, um investimento na qualidade e na motivação das equipes.

Enfrentamos, portanto, um período de oportunidades e desafios. Os dados sugerem que, embora haja desconfiança nas medidas governamentais, há também uma disposição empreendedora para a autossuficiência, inovação e crescimento estratégico. Como líderes empresariais, devemos navegar neste ambiente com uma visão clara e um compromisso firme com o progresso sustentável.

Testemunho publicado na edição de Dezembro (nº. 213) da Executive Digest, no âmbito da XXXIII edição do seu Barómetro.

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