Preço do cabaz alimentar volta a subir e renova máximos: Estes são os 10 produtos que ficaram mais caros na última semana

O preço do cabaz de bens alimentares essenciais voltou a aumentar esta semana – é a terceira semana consecutiva de subida -, segundo a análise da DECO Proteste: atingiu um valor recorde de 230,76 euros, uma subida de mais de 25% desde o início da guerra na Ucrânia, altura em que o mesmo cabaz de produtos custava cerca de 187 euros (aproximadamente menos 47 euros).

Nas últimas três semanas, a DECO aponta uma subida de 4,16 euros no cabaz alimentar. Desde o início de 2023, e apesar de a inflação ter abrandado, já se regista um incremento no custo do cabaz de 11,36 euros.

A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

Na última semana, os dez produtos com maiores subidas de preço foram os flocos de cereais (14%), a perca e o peito de peru fatiado (10%), a laranja (9%), a cebola e a massa esparguete (7%), o azeite virgem, o carapau, o atum posta em azeite e arroz agulha (todos a ‘valorizarem’ 6%).

Já os dez produtos que mais viram o seu preço aumentar desde o início da guerra na Ucrânia, ou seja desde 24 de fevereiro de 2022, foram a couve coração (123%), o arroz carolino (91%), a polpa de tomate e a cebola (66%), a cenoura (65%), a alface frisada e o salmão (56%), o açúcar branco (52%), a couve-flor (51%) e, por último, o azeite virgem (49%).

A maior subida de preços, desde início da guerra na Ucrânia até agora, registou-se nas categorias de fruta e legumes (aumento de 34,38%, 8,12 euros) e peixe (26,1%, 15,74 euros).

A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apen as 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).

“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a Deco.

O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um sector há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.

“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.

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