Accenture Digital Business: Disrupção digital: multiplicador do crescimento
Uso inteligente de capacidades digitais e tecnologia pode incrementar a economia global em 2 biliões de dólares até 2020, refere novo relatório da consultora Accenture.
Optimizar a utilização de competências digitais e tecnologias poderá gerar um aumento de 2 biliões de dólares na economia mundial até 2020, segundo um novo estudo da Accenture. O relatório revela ainda o papel relevante que o Digital desempenha na actividade económica actual, com mais de um quinto do PIB (Produto Interno Bruto) mundial a ser atribuído a algum contributo digital, seja ao nível de capacidades, capital, e/ou bens e serviços.
O relatório da Accenture Strategy, intitulado Digital Disruption: the Growth Multiplier, oferece uma visão nova e mensurável sobre a escala da economia digital em 11 grandes economias (Alemanha, Austrália, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Itália, Japão e Reino Unido). Este documento inclui uma estimativa do valor adicionado ao PIB fruto do investimento em competências digitais, quer sejam em hardware, software e tecnologias relacionadas ou pela força de trabalho que se serve desses activos digitais para efectuar o seu trabalho. Adicionalmente equaciona o valor de bens e serviços digitais utilizados na produção.
Os EUA apresentam-se como a economia mais digital, em que o investimento em Digital representa 33% do PIB. Quarenta e três por cento da força de trabalho dos EUA e 26% do seu capital acumulado suportam actividades relacionadas com competências digitais. A economia digital noutros mercados varia entre 30% no Reino Unido e Austrália e 13% na China.
«Empresas e Governos estão a encarar o digital como forma de garantir um crescimento mais rápido num cenário macroeconómico global de incertezas, mas a dimensão da economia digital não é por si uma garantia de crescimento», refere Mark Knickrehm, responsável mundial de Accenture Strategy. «As organizações precisam de alterar o foco actual do seu talento e capacidades digitais e tecnológicas em ganhos de eficiênciapara a criação de novos modelos de negócio. Isso requer não só maior investimento em digital, mas também uma transformação organizacional e cultural mais alargada que permita alcançar o máximo retorno.»
O estudo mostra que para gerar taxas de crescimento mais elevadas, as organizações precisam de melhorar a sua avaliação no “Digital Density Score” da Accenture Strategy, que analisa o grau de penetração do Digital nas empresas e na economia dos vários países. Esta análise inclui a avaliação de competências digitais e tecnológicas, assim como outros indicadores macroeconómicos, por exemplo a facilidade de acesso a financiamento e o nível de abertura do quadro regulatório do país.
Por exemplo, um aumento de 10 pontos no “Digital Density Score” global da economia dos Estados Unidos da América traduzir-se-ia num aumento do PIB de 368 mil milhões de dólares, 1,8% mais elevado que as actuais previsões. A Accenture Strategy estima que a combinação perfeita entre a melhoria de competências digitais, capital e outros aceleradores, poderia incrementar o PIB dos Estados Unidos da América em 421 mil milhões de dólares até 2020, o que representa um crescimento de 2,1%. Os países com maior potencial de optimização do seu desempenho digital são o Brasil (6,6%), Itália (4,2%), China (3,7%) e Japão (3,3%).
O estudo da Accenture Strategy revela como cada economia poderia definir melhor as prioridades dos seus esforços para alcançar um maior impulso nas suas receitas e produção económica.
Por exemplo, 70% do aumento dos esforços digitais do Brasil devem focar-se na melhoria da aplicação de tecnologias, como cloud e analytics, enquanto nos Estados Unidos da América, apenas 10% do acréscimo de esforços digitais necessitam ser aplicados em tecnologia e, por isso, o maior retorno será alcançado com o investimento nas competências digitais.
Modelos baseados em plataformas são chave para o crescimento
Outra das grandes conclusões do estudo da Accenture Strategy é que os modelos de negócio baseados em plataformas constituem uma das maiores oportunidades para o crescimento proporcionado pelas tecnologias digitais. Estes modelos permitem às organizações criar novos mercados e descobrir valor através de plataformas digitais comuns que juntam clientes e parceiros. O que se verifica é que, em muitos casos, os players de uma plataforma podem usufruir de um forte crescimento sem possuir ou gerir activos, ajudando-os a expandir-se com custos marginais mais baixos.
O relatório sugere que, enquanto as empresas “born digital” dominam as plataformas no mercado actual, os players tradicionais podem estar entre os maiores beneficiários, se combinarem o alcance da sua carteira de clientes e portefólio de produtos com o poder de rede das plataformas.
«As taxas de crescimento elevadas registadas por empresas de génese digital podem agora ser alcançadas por empresas tradicionais se estas aplicarem os modelos de plataforma para criar um ecossistema de parceiros e clientes em que possam oferecer novos serviços de valor acrescentado», refere Bruno Berthon, managing director da Accenture Strategy. «As empresas precisam de definir a sua estratégia e o seu papel enquanto líderes ou participantes nestes modelos antes de formar parcerias.»
O estudo recomenda três grandes acções que podem aumentar os níveis de produtividade e crescimento assentes em modelos de negócio digitais:
• Definir prioridades de investimento digital em função das oportunidades de gerar valor: Fazer uma análise cuidada do investimento em competências digitais de modo a obter a combinação ideal entre competências e tecnologia que maximize o retorno;
• Competir utilizando uma estratégia digital específica para o seu sector: Ter claro qual a plataforma, modelo operacional e informação necessários para competir com sucesso no seu sector;
• Criar o ambiente certo para a transformação digital: Melhorar o “QI digital” em parceria com o Governo para criar relações entre indústrias e alterar as regras da concorrência.
Os países com maior potencial de optimização do seu desempenho digital:
Estudo publicado na edição n.º 119 de Fevereiro de 2016.Estudo publicado na edição n.º 119 de Fevereiro de 2016.