34% dos portugueses admitem dificuldades no pagamento das despesas

Os portugueses avaliam a actual situação do país como negativa, atribuindo 4,9 pontos em 10 e, actualmente, 34% afirma já ter sentido dificuldades no pagamento de despesas fixas mensais. Estas são algumas das conclusões de um inquérito Observador Cetelem, realizado pela Nielsen.

Só 46% dão nota positiva, sobretudo jovens dos 18 aos 24 anos, assim como os que trabalham por conta de outrem. Por outro lado, os mais pessimistas são os que se encontram em situação de desemprego e os empresários que trabalham a título individual.

Ainda assim, os portugueses demonstram estar «algo optimistas» em relação à sua situação pessoal, que avaliam com 5,6 pontos em 10. É nas regiões Sul e Centro que a perspectiva pessoal é mais positiva. Já apenas 44% dos inquiridos avaliam a sua situação como negativa, designadamente entre os 35 e os 44 anos, residentes nas regiões de Lisboa e Porto, desempregados ou em regime de lay-off são os que pior avaliam a sua situação pessoal.

«Face a anos anteriores esta é a primeira vez que se verifica uma diminuição destes dois indicadores. A situação do país não era avaliada pelos portugueses tão negativamente desde 2017 (4,6), tendo diminuído 0,5 pontos face a 2019 (5,4)», refere o Observador Cetelem em comunicado, acrescentando que, por outro lado, «a avaliação que os portugueses fazem da sua situação pessoal está em níveis de 2018 (5,6), representando uma diminuição mais ligeira, de 0,2 pontos, face a 2019 (5,8)».

Para fazer face às dificuldades financeiras, ou apenas com objectivos de poupança, a renegociação de serviços contratados tem sido opção para, pelo menos, 41% dos inquiridos. De acordo com o inquérito, 24% já o fizeram e 17% a manifestaram intenção de «rever, renegociar ou cancelar serviços que não utilizam ou utilizam pouco». No entanto, 52% irá continuar a usufruir desses produtos ou serviços, não pretendendo fazer qualquer alteração.

Relativamente às despesas extras, 28% dos inquiridos admitem que não têm já capacidade para as suportar, o que representa um aumento de 12 pontos percentuais face ao ano anterior. Apenas 43% afirmam conseguir pagá-las.

Quanto aos próximos três meses, a maioria acredita que conseguirá assegurar totalmente as despesas do agregado familiar (52%), enquanto 23% dizem que só conseguirão assegurá-las parcialmente e 18% que podem não conseguir assegurá-las de todo.

Os resultados deste inquérito têm por base uma amostra representativa de mil indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos de idade. O trabalho de campo foi realizado entre 20 de Maio e 1 de Junho de 2020.

*Notícia actualizada com mais informação às 10:23

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