O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, alertou esta quinta-feira que a guerra com a Rússia “está à nossa porta”, tendo instado os aliados europeus a prepararem-se para agir agora, sob o risco de enfrentarem um conflito à escala daqueles que “os nossos avós e bisavós suportaram”.
Em declarações em Berlim, Rutte afirmou também que muitos aliados da NATO permanecem “silenciosamente complacentes” em relação à ameaça representada por Moscovo – instou ainda a Europa a aumentar urgentemente os gastos com Defesa e a produção de armas para dissuadir Vladimir Putin. “Somos o próximo alvo da Rússia”, apontou. “Temo que muitos estejam silenciosamente complacentes. Muitos não sentem a urgência. E muitos acreditam que o tempo está a nosso favor. Não é. A hora de agir é agora.”
“O conflito está à nossa porta. A Rússia trouxe a guerra de volta à Europa. E nós precisamos estar preparados”, acrescentou.
Rutte alertou que a Rússia poderia estar pronta para usar a força militar contra a NATO dentro de cinco anos e afirmou que, sem investimentos imediatos, a Europa poderia ver-se envolvida numa guerra que lembrasse as catástrofes do século XX que devastaram o Velho Continente.
O alerta de Mark Rutte chegou depois de o chanceler alemão, Friedrich Merz, ter revelado que Donald Trump recebeu uma proposta com possíveis concessões territoriais que a Ucrânia poderia considerar num acordo de paz com a Rússia.
Merz afirmou que o documento foi partilhado com Trump durante a conversa telefónica com vários líderes europeus esta quarta-feira, tendo ressalvado que somente o presidente Zelensky e o povo ucraniano podem decidir as terras, se houver, que poderão ser cedidas. “Trata-se principalmente da questão de quais concessões territoriais a Ucrânia está disposta a fazer”, disse Merz.
“Seria um erro forçar o presidente ucraniano a aceitar uma paz que o seu povo não aceitará após quatro anos de sofrimento e morte”, acrescentou Merz.
Na quarta-feira, Trump expressou impaciência com a Ucrânia e os seus aliados europeus: França, Reino Unido e Alemanha. O presidente americano indicou que foram trocadas “palavras duras” na ligação telefónica com Merz, Keir Starmer, do Reino Unido, e o presidente francês Emmanuel Macron.
Por último, Merz afirmou que estavam planeadas novas conversas com os americanos para este fim de semana e que “poderia ocorrer no início da próxima semana” uma reunião internacional sobre a Ucrânia.














