“Não nos encostem à parede”: Hoje há manifestação contra o racismo e a xenofobia em Lisboa. Chega responde com vigília “pelas autoridades” à mesma hora

Este sábado, Lisboa será palco de duas manifestações distintas, ambas convocadas em resposta a eventos recentes que suscitaram debate público. A manifestação “Não nos encostem à parede”, organizada por várias associações cívicas e subscrita por mais de 1.600 pessoas e 100 organizações, terá início às 15h, com um percurso entre a Alameda Dom Afonso Henriques e o Martim Moniz. Já o partido Chega, liderado por André Ventura, organizou uma vigília intitulada “Pela autoridade e contra a impunidade”, marcada para as 15h30 na Praça da Figueira.

A marcha “Não nos encostem à parede” surge em resposta à polémica operação policial realizada a 19 de dezembro na Rua do Benformoso, no bairro do Martim Moniz, onde dezenas de imigrantes foram revistados, encostados à parede, numa intervenção que gerou acusações de racismo e xenofobia. “Esta manifestação pretende ser uma das maiores já realizadas contra o racismo em Portugal”, afirmou Anabela Rodrigues, porta-voz da Solidariedade Imigrante.

Organizações como a Frente Anti-Racista, SOS Racismo, Vida Justa, a Casa do Brasil de Lisboa, e associações locais da Mouraria e dos Anjos, como a Bangladesh Coletivo e a Renovar a Mouraria, são alguns dos grupos responsáveis pela organização. O protesto conta ainda com o apoio de figuras públicas, como os historiadores Raquel Varela e Manuel Loff, o músico Valete, e as escritoras Alexandra Lucas Coelho e Ana Margarida Carvalho.

Anabela Rodrigues criticou a operação policial, considerando-a “desproporcional” e representativa de um padrão de discriminação contra imigrantes e moradores de bairros mais pobres. “Estas grandes operações têm como objetivo reforçar uma narrativa política que associa imigrantes à criminalidade, quando a realidade é bem diferente”, apontou.

A operação policial no Martim Moniz resultou em apenas duas detenções e na apreensão de vários objetos, incluindo artigos contrafeitos e quase 4 mil euros. Apesar disso, as imagens do grande aparato policial, com dezenas de pessoas encostadas à parede, geraram indignação. “Este tipo de abordagem não é aplicado de forma igual em outras zonas da cidade, como o Restelo ou a Avenida de Roma”, afirmou Rodrigues, defendendo que todas as pessoas devem ser tratadas com dignidade.

Este sábado, Lisboa será palco de duas manifestações distintas, ambas convocadas em resposta a eventos recentes que suscitaram debate público. A manifestação “Não nos encostem à parede”, organizada por várias associações cívicas e subscrita por mais de 1.600 pessoas e 100 organizações, terá início às 15h, com um percurso entre a Alameda Dom Afonso Henriques e o Martim Moniz. Já o partido Chega, liderado por André Ventura, organizou uma vigília intitulada “Pela autoridade e contra a impunidade”, marcada para as 15h30 na Praça da Figueira.

Manifestação contra o racismo e a xenofobia

A marcha “Não nos encostem à parede” surge em resposta à polémica operação policial realizada a 19 de dezembro na Rua do Benformoso, no bairro do Martim Moniz, onde dezenas de imigrantes foram revistados, encostados à parede, numa intervenção que gerou acusações de racismo e xenofobia. “Esta manifestação pretende ser uma das maiores já realizadas contra o racismo em Portugal”, afirmou Anabela Rodrigues, porta-voz da Solidariedade Imigrante.

Organizações como a Frente Anti-Racista, SOS Racismo, Vida Justa, a Casa do Brasil de Lisboa, e associações locais da Mouraria e dos Anjos, como a Bangladesh Coletivo e a Renovar a Mouraria, são alguns dos grupos responsáveis pela organização. O protesto conta ainda com o apoio de figuras públicas, como os historiadores Raquel Varela e Manuel Loff, o músico Valete, e as escritoras Alexandra Lucas Coelho e Ana Margarida Carvalho.

Anabela Rodrigues criticou a operação policial, considerando-a “desproporcional” e representativa de um padrão de discriminação contra imigrantes e moradores de bairros mais pobres. “Estas grandes operações têm como objetivo reforçar uma narrativa política que associa imigrantes à criminalidade, quando a realidade é bem diferente”, apontou.

A operação policial no Martim Moniz resultou em apenas duas detenções e na apreensão de vários objetos, incluindo artigos contrafeitos e quase 4 mil euros. Apesar disso, as imagens do grande aparato policial, com dezenas de pessoas encostadas à parede, geraram indignação. “Este tipo de abordagem não é aplicado de forma igual em outras zonas da cidade, como o Restelo ou a Avenida de Roma”, afirmou Rodrigues, defendendo que todas as pessoas devem ser tratadas com dignidade.

Vigília em defesa da autoridade policial

Em contraponto, o Chega promove a vigília “Pela autoridade e contra a impunidade”, também marcada para este sábado. André Ventura afirmou que a iniciativa pretende reforçar o apoio às forças de segurança e exigir uma maior autoridade por parte do Estado.

A simultaneidade das manifestações levantou preocupações sobre possíveis tensões. A Polícia de Segurança Pública (PSP), em resposta a questões da Executive Digest, esclareceu que analisou os riscos inerentes à realização de ambas as iniciativas. “Sempre que existam organizações que possam colidir pacífica ou antagonicamente, a PSP propõe alterações nos locais, percursos, horas ou dias para evitar situações de conflito”, explicou a força policial.

Caso não sejam acatadas alterações propostas pelo município, caberá à PSP garantir a ordem pública, caso as manifestações coincidam em tempo ou espaço.

Além da manifestação, os organizadores de “Não nos encostem à parede” já apresentaram uma queixa à Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, exigindo a análise da legitimidade e proporcionalidade da operação policial de dezembro. A ação defende que todos os que vivem e trabalham em Portugal devem ser tratados com dignidade e repudia a associação entre imigrantes e insegurança.

Ambas as manifestações refletem as tensões crescentes em torno das políticas de segurança e integração social no país. Enquanto “Não nos encostem à parede” mobiliza esforços para combater o que considera ser um padrão de discriminação racial, a vigília do Chega procura reforçar o discurso em defesa da autoridade policial.

A PSP assegura à Executive Digest que todos os preparativos estão a ser feitos para garantir que ambas as manifestações decorram pacificamente, embora a proximidade em horário e local entre os dois eventos represente um desafio. A capital portuguesa será hoje um palco simbólico de debates que têm dividido a sociedade.